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Alunos da Escola Portuguesa de Macau “desenvolvem” sustentabilidade

Durante este ano letivo, alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM) estão a desenvolver um aparelho para medir os gases poluentes, em parceria com a Universidade de Macau (UM). Em conversa com o PLATAFORMA, um dos professores responsáveis pelo projeto, Andreia Ramos, esclarece que o objetivo é ir à Feira da Ciência de Macau e incentivar os alunos a criarem “um projeto do início ao fim” relacionado com a sustentabilidade. 

O dispositivo, que será desenvolvido por alunos dos 9.º e 10.º anos da EPM, visa medir o número de gases que contribuem para a poluição atmosférica. Depois de desenvolverem o conceito, os estudantes, no âmbito de uma colaboração com a UM, vão construir o equipamento de medição.  

“A ideia é darmos oportunidade aos alunos para desenvolverem um projeto do início ao fim, desde a apresentação do conceito, à pesquisa, ao tipo de projeto”, afirma Andreia Ramos, responsável pelo projeto, em parceria com o professor Paulo Felgueiras. 

O exercício criativo, financiado pelo Fundo de Desenvolvimento das Ciências e Tecnologia (FDCT), começou há cerca de dois meses e prolonga-se por todo o ano letivo.  

“Depois da passagem pela UM para desenvolvimento e construção do equipamento,  os alunos terão, finalmente de decidir que tipo de estudo querem fazer em Macau, passando depois à fase de trabalho de campo para recolha de dados e apresentação de conclusões”, clarifica a professora.  

De acordo com a responsável, “a UM mostrou grande abertura ao projeto”, o que levou “à parte que faltava para o plano ser posto em prática”.  

“[A UM] percebe a parte técnica. Portanto, mesmo que quiséssemos pôr em prática um projeto deste tipo, precisaríamos sempre de um know how que não temos e que eles têm”, afirma. 

Contudo, esta não é a única manifestação ambiental que Andreia Ramos impulsiona na EPM.  

No passado dia 29, os alunos da EPM criaram uma exposição com materiais recicláveis, no âmbito do movimento impulsionado pela ativista Greta Thunberg, “Fridays for Future”.  O manifesto global apontava para uma greve dos alunos à escola. Mas na EPM encontrou-se outro caminho para assinalar o protesto. 

“O que aconteceu no dia 29 foi uma forma de os alunos darem voz ao protesto, mas sem terem de faltar às aulas. Os trabalhos foram realizados durante o ano e não foram preparados exatamente para a exposição. Foi um aproveitamento dos trabalhos que foram realizando ao longo deste ano”, disse Andreia Ramos, também responsável pela exposição. 

Além disto, no âmbito da disciplina Educação Cívica e Desenvolvimento, a professora teve também a ideia de criar um género de concurso, entre os alunos do 1º ao 7º anos. Pediu aos estudantes que fizessem um desenho relacionado com o meio-ambiente e o melhor de cada ano teria a “obra” impressa num saco reutilizável.  

Os sacos serão vendidos amanhã, sábado, dia 14, na festa de natal da EPM. Os lucros serão doados a associações ambientais locais.  

“Há duas associações em vista, mas tudo depende do que conseguirmos angariar. Se tivermos um valor maior, podemos doar a mais instituições”, ressalva Andreia Ramos. Contudo, o critério será “doar o dinheiro a voluntários com iniciativa e que, na prática, mostram algum trabalho e não têm qualquer tipo de apoio governamental”, esclarece. 

A iniciativa é financiada pela companhia de seguros portuguesa “Fidelidade” que, segundo a responsável, não apresentou dificuldades e mostrou uma grande abertura face à ideia. 

“Precisávamos de algum fundo de maneio para pôr em prática a atividade e daí surgiu a ideia da companhia “Fidelidade” ser nossa patrocinadora e parceira. Desde início mostrou interesse em colaborar connosco, inclusive vão fazer uma campanha interna para venderem os sacos aos trabalhadores e, além de patrocinadores, também nos compraram uma grande parte dos sacos para utilizarem em eventos ou como ofertas a clientes”, salienta a docente. 

Andreia Ramos adiantou ainda que está em cima da mesa a participação no Mask Challenge, que é uma campanha das Nações Unidas relacionada com a poluição atmosférica.  

A professora diz que “o objetivo é desenvolver uma máscara, mais alusiva à parte da poluição atmosférica, com as ideias dos alunos. Eu dou as regras e eles desenvolvem os projetos”. 

A nível local, a professora também tenciona colaborar com escolas como a The International School (TIS) e com o Colégio Anglicano de Macau, mas “ainda está tudo muito fresco”. 

“Começaram agora a surgir algumas ideias, por causa do movimento de dia 29. Mas por enquanto cada um está a pensar por si”, refere. 

MARGARIDA SAJARA VIDINHA 13.12.2019

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