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21 LICENCIATURAS NA LÍNGUA DE PESSOA

Se os países lusófonos, com Brasil e Angola à cabeça, há muito perceberam o potencial que as relações económicas com a China representa para a vitalidade das suas economias, por parte da China a compreensão do valor estratégico da sua relação com os países lusófonos é cada vez mais evidente, algo que se confirma quando olhamos para o aumento exponencial dos cursos de língua portuguesa nas universidades chinesas.

Na China Continental são 21 as instituições de ensino superior que oferecem licenciaturas em português, número que contrasta com as únicas duas universidades chinesas que, em 1999, tinham esta licenciatura nos seus currículos: Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim e Universidade de Estudos Internacionais de Xangai. De acordo com o professor YeZhiliang, responsável pelo Departamento de Espanhol e Português da Universidade de Pequim, a vontade de aprender português tem crescido constantemente, com novos cursos a abrirem todos os anos.

Questionado sobre os motivos que justificam este aumento da procura de cursos de língua portuguesa, YeZhiliang explicou à Plataforma Macau que, para a maioria dos alunos, a inscrição nestes cursos justifica-se “porque o português permite arranjar, com maior facilidade, um emprego relativamente bom, graças à intensificação das relações económico-comerciais entre a China e os países lusófonos, especialmente com o Brasil, Angola e Moçambique”. De acordo com a Embaixada da China em Lisboa, haverá cerca de 40 docentes e cerca de 600 alunos universitários a frequentar cursos de português na China. Fora do meio universitário, não é possível contabilizar o número de pessoas inscritas em formações de língua portuguesa, nomeadamente em ambiente empresarial.

 

ELO ENTRE CINCO CONTINENTES

 

O valor da língua portuguesa será tão difícil de aferir como o de qualquer outra, mas parece seguro afirmar que, nas contas possíveis para essa análise, o seu papel como elo de ligação entre os vários eixos da economia mundial é inegável, sendo certo que as relações entre os países de língua portuguesa e a Ásia serão preponderantes no futuro, até porque já o são no presente. Na opinião de Luís Reto, “é hoje um facto inquestionável que boa parte da economia do mundo passará pela Ásia e pelas relações que as economias asiáticas desenvolverem com o resto do mundo.

Uma das grandes potencialidades do português é a de ser a única língua, a par do inglês, que é falada nos cinco continentes. Essa presença do português é particularmente relevante na América e em África, dois outros grandes pólos de desenvolvimento da economia mundial no futuro. Aliás, o interesse da China na aprendizagem do português estará em grande parte ligado a esses factos. A expansão da economia chinesa a nível global precisa de trabalhadores que falem idiomas globais e o português está seguramente nessa liga.”

Se não é possível quantificar de modo absoluto quanto vale para a economia portuguesa o facto de ter um Prémio Nobel da Literatura, porque o impacto desse dado não se limita à venda de livros e às traduções, ou que peso terá a música brasileira nas receitas do turismo e da hotelaria, por exemplo, parece seguro afirmar que esses e outros acontecimentos, por refletirem uma determinada produção e criação em língua portuguesa, criam valores cuja perceção inclui a especificidade linguística. Se a isso se juntar os 250 milhões de falantes e as perspetivas de crescimento económico de parte considerável do território fragmentado onde se fala português, concluir-se-á que o valor da língua portuguesa será difícil de fixar em números absolutos, mas será indubitavelmente um dos ativos mais preciosos a ter em conta no presente e no futuro do cenário económico mundial.

 

S.F.C.


 

 

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