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Homem do leme estagiou com Cavaco Silva

José Mário Vaz, vencedor das presidenciais na Guiné-Bissau, estagiou em 1982 no Gabinete de Estudos Económicos do Banco de Portugal, dirigido pelo atual Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, refere o currículo disponibilizado à Lusa pela candidatura.

Na altura, José Mário Vaz tinha 24 anos, era um recém-licenciado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão, de Lisboa, depois de ter completado o ensino secundário no Liceu Sá da Bandeira, em Santarém. No mesmo ano, deixou Portugal para assumir funções no antigo Banco Nacional da Guiné-Bissau.

Os cargos públicos que lhe deram maior notoriedade foram os de presidente da Câmara Municipal de Bissau, que assumiu em 2004, e de ministro da Finanças, a partir de 2009, no Governo de Carlos Gomes Júnior, que viria a ser deposto pelo golpe de Estado militar de 12 de abril de 2012.

Filho de Mário Vaz e de Amélia Gomes, o Presidente eleito da Guiné-Bissau, nasceu a 10 de dezembro de 1957, em Calequisse, na região de Cacheu, no norte do país, é casado e pai de três filhos.

Boa parte da vida profissional de José Mário Vaz pode ser descrita por números por entre contas de deve e haver.

Nos anos seguintes ao regresso à Guiné-Bissau complementa a licenciatura em Economia com formação no estrangeiro, passando até pelas instalações do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington.

Paralelamente, em 1987, ano em que completou 30 anos, fundou a empresa ligada a materiais de construção com o nome pelo qual também é conhecido: Jomav, tal como se escrevia nos cartazes da campanha presidencial.

Em 1989 aderiu ao PAIGC – em que já ocupou diferentes cargos, sendo hoje um dos membros do “bureau” político, um dos órgãos diretivos.

Em 1993 foi eleito como primeiro presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura da Guiné-Bissau e passou a liderar também a Agência Guineense de Execução de Obras de Interesse Público e Promoção.

No ano seguinte, assumiu o lugar de membro do Conselho de Estado, o mesmo ano em que foi mandatário Nacional do Presidente “Nino” Vieira nas primeiras eleições gerais do país.

A partir de 2004, à frente da câmara da capital, começa a construir o título de “homem do 25”, por conseguir pagar os ordenados a tempo e horas (no dia 25 de cada mês) – facto pelo qual também ainda hoje é recordado enquanto ministro das Finanças. Ainda no município, apostou na recolha de lixo e na organização urbanística de Bissau.

No Ministério das Finanças, trabalhou no perdão da dívida externa da Guiné-Bissau – foi perdoada cerca de metade da dívida calculada na altura em mais de 1,14 mil milhões de euros.

Liquidou outras dívidas, ao setor privado, aos bancos comerciais e aos funcionários públicos, que sofriam (tal como hoje) com vários meses de salários em atraso.

José Mário Vaz mobilizou ainda verbas avultadas para políticas específicas, como a aposta na produção local de arroz para substituir a importação, ou como o fundo para transformação de produtos agrícolas, nomeadamente a castanha de cajú.

 

Luís Fonseca/Lusa

 

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