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Hong Kong e Macau podem construir mercado financeiro não-bursátil

Analistas acreditam que Hong Kong e Macau podem cooperar no desenvolvimento de um mercado financeiro não-bursátil, aproveitando recursos da região da Grande Baía. Usar estes recursos é também um método para evitar possíveis impactos de tarifas impostas pela nova administração Trump

Nos últimos anos, Macau tem-se concentrado na promoção do desenvolvimento da indústria financeira moderna e na melhoria contínua dos seus sistemas legais financeiros e infraestrutura. Segundo o Professor Adjunto da Universidade Hang Seng de Hong Kong Andrew Fung Hau Chung, o mais recente discurso de política de Hong Kong propôs aumentar o desenvolvimento dos mercados financeiros não-bursáteis, incluindo o desenvolvimento como um centro internacional de comércio de ouro e o estabelecimento de um ecossistema de comércio de mercadorias. Para este investigador existe ainda margem considerável para cooperação e desenvolvimento entre Hong Kong e Macau neste campo.

Para Fung, o desenvolvimento dos mercados financeiros não-bursáteis de Hong Kong está atualmente restrito pela escassez de terrenos, e comércio de ouro e metais não preciosos envolve segmentos como armazenamento, entrega e logística. De maneira a diminuir essas limitações, o desenvolvimento pode ser melhorado ao aproveitar os recursos de Macau, Hengqin ou da Grande Baía, com o desenvolvimento mais rápido do que se Hong Kong desenvolvesse de forma independente. Isso não só permite um efeito de integração de recursos na Grande Baía em termos práticos, mas também ajudará a atrair empresas a participar em vários setores.

Fung salientou que a Autoridade Monetária de Hong Kong está ativamente a promover o estabelecimento de uma maior reserva de capital na Grande Baía e está comprometida em otimizar o sistema de pagamentos transfronteiriços em tempo real. Com a aceleração da internacionalização do renminbi, se a política de gestão de capitais for adequadamente relaxada, Hong Kong, Macau e a Grande Baía têm esperanças de construir um mercado de capitais mais inclusivo que possa promover uma maior expansão das fontes capital.

Mais desafios externos

Com os resultados das eleições presidenciais nos EUA, ainda existem muitas questões sobre o futuro das relações e do comércio sino-americanos, bem como o seu impacto nas economias de Hong Kong e Macau. Edward Chan, Professor Honorário da HKU Business School, apontou que a política de tarifas punitivas de Trump poderão desencadear inflação e levar a taxas de juro elevadas, o que representará um desafio para a economia global, e especialmente para as economias de Hong Kong e Macau.

Frederick Ma Si-hang, presidente do FWD Group, afirma que uma das contramedidas para possíveis tarifas de Trump é relocalizar a cadeia de produção para outros países e estabelecer novas fábricas, com algumas empresas já a ir por este caminho. Ma realça também que face a um ambiente internacional complexo, as empresas não só precisam responder de forma flexível aos desafios externos, mas também aproveitar as oportunidades de desenvolvimento na Grande Baía e aprofundar a sua ligação com o mercado do continente.

Fung Hau Chung conclui que a questão das tarifas levantada por Trump tem atualmente apenas um impacto psicológico, e que os detalhes específicos da sua implementação ainda são desconhecidos. A curto prazo, espera-se que as taxas de juro mantenham uma tendência de queda, algo benéfico para as economias de Hong Kong e Macau.

Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News

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