As principais preocupações dos residentes locais são os altos custos médicos, a rede de saúde limitada e a falta de qualidade dos serviços.
O estudo aponta que 86% do total de inquiridos da Grande Baía definem “liberdade médica” como a liberdade de escolher livremente os recursos médicos, como hospitais, médicos e medicamentos; 85% como a possibilidade de receber assistência médica pronta e adequada; e 82% como gerir as contas médicas com facilidade. Mais de metade dos inquiridos (55%) apontam os elevados custos médicos como um obstáculo à “liberdade médica”. Destes, quase metade dos residentes locais (49%) temem aumentos acentuados nas despesas médicas. As suas preocupações derivam de expectativas de inflação médica: os inquiridos de Macau preveem um aumento de 18,2% nos custos médicos na próxima década, superior aos 14,3% esperados em Guangdong e aos 17,7% em Hong Kong. No entanto, mais de metade (56%) pretende contar com a ajuda do Governo para lidar com estes custos crescentes, em comparação com apenas 31 por cento em toda a Grande Baía.
Desfasamento entre procura e oferta
Os inquiridos de Macau valorizam serviços como medicina chinesa, segundas opiniões médicas e pesquisas globais de medicamentos. No entanto, os seus planos de seguro de saúde atuais não cobrem totalmente estes serviços. Apenas 33% dos seguros cobrem medicina chinesa, 29% segundas opiniões e 17% pesquisas globais de medicamentos – muito abaixo da cobertura oferecida em Guangdong e em Hong Kong. Tal indica uma lacuna significativa entre as necessidades médicas dos residentes de Macau e os seus planos de seguro atuais.
Os residentes de Macau estão mais inclinados a utilizar recursos públicos para as suas futuras despesas médicas […]. No entanto, face à inflação médica e às lacunas significativas na cobertura médica local, ainda enfrentam numerosos obstáculos para alcançar a liberdade médica
Edward Dai, Diretor-Geral da Prudential (Sucursal de Macau)
Perante um cenário de custos de saúde em ascensão, os inquiridos da Grande Baía no geral acreditam que alcançar a liberdade médica requer 5.7 milhões de patacas. Entre estes, os inquiridos de Macau antecipam precisar de cerca de 5.6 milhões de patacas, o equivalente a cerca de 16 anos do seu rendimento familiar. Da mesma forma, os inquiridos em Guangdong e Hong Kong projetam um limiar de cerca de 4.7 milhões de patacas e 6.9 milhões de patacas, o que é comparável a cerca de 10 anos de rendimento familiar. Os valores demonstram um desafio financeiro considerável para o conjunto dos inquiridos atingir a “liberdade médica”.
Edward Dai, diretor-geral da Prudential em Macau, afirma que “graças aos subsídios do Governo para os serviços de saúde, os residentes locais estão mais inclinados a utilizar recursos públicos para as suas futuras despesas médicas, em comparação com os residentes de Guangdong e Hong Kong”.
“No entanto, face à inflação médica e às lacunas significativas na cobertura local, ainda enfrentam numerosos obstáculos para alcançar a liberdade médica”, conclui
Artigo publicado no âmbito da parceria com o Macau Daily News