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PC Chinês aprova visão de Xi de desenvolvimento de “alta qualidade” e autossuficiente

O Partido Comunista Chinês (PCC) aprovou ontem medidas destinadas a reforçar o poder tecnológico do país e fortalecer a segurança nacional, através da autossuficiência, no final de uma reunião do seu principal órgão dirigente.

Um comunicado divulgado no final da terceira sessão plenária do 20º Comité Central do PCC apontou que a ordem de trabalhos centrou-se em estratégias para um crescimento económico autossuficiente e de “alta qualidade” numa altura em que a China enfrenta restrições cada vez maiores no acesso à tecnologia avançada ocidental, incluindo semicondutores de ponta e sistemas de inteligência artificial.

“O desenvolvimento de alta qualidade é a principal tarefa da construção de um país socialista moderno de uma forma abrangente”, lê-se no documento divulgado logo após a reunião. As tarefas deverão estar concluídas até 2029, ano do 80.º aniversário da fundação da República Popular da China.

“A segurança nacional é uma base importante para o desenvolvimento estável e a longo prazo da modernização ao estilo chinês”, vincou o comunicado, observando que a “liderança do partido é a garantia fundamental” para alcançar esse objetivo.

“O período atual e futuro é fundamental para promover de forma abrangente a construção de um país forte e a grande causa do rejuvenescimento nacional com uma modernização ao estilo chinês”, lê-se. O comunicado divulgado no final da reunião apenas apresentou um resumo geral das decisões. É provável que surjam mais pormenores nos próximos dias.

Na visão de Xi Jinping, o líder chinês mais forte das últimas décadas, a China deve alcançar um crescimento “genuíno” e converter-se numa potência industrial e tecnológica de nível mundial, com uma economia assente na produção de bens com valor acrescentado e alocação eficiente de recursos.

Na última década, a China construiu a maior rede ferroviária de alta velocidade do mundo, cerca de cem aeroportos ou dezenas de cidades de raiz, alargando a classe média em centenas de milhões de pessoas. Mas este modelo gerou um excesso de investimento em todo o tipo de projetos de construção sem capacidade de gerarem retorno.

Sessão plenária do 20º Comité Central do PCC apontou que a ordem de trabalhos centrou-se em estratégias para um crescimento económico autossuficiente e de “alta qualidade”

O fim deste modelo resultou numa crise no setor imobiliário chinês e deprimiu o consumo doméstico, pesando sobre o crescimento da segunda maior economia mundial.

O crescimento económico abrandou para 4,7 por cento, em termos homólogos, no trimestre entre abril e junho, à medida que o investimento no setor imobiliário e as vendas de propriedades continuaram a cair, apesar de uma série de medidas destinadas a incentivar as famílias a comprar habitação.

A declaração de ontem reconhece a necessidade de melhorar “os meios de subsistência básicos, resolver os interesses mais diretos e realistas das pessoas e satisfazer continuamente o desejo das pessoas de uma vida melhor”.

Prometeu ainda melhorias na distribuição de rendimentos, no mercado de trabalho, na segurança social e no sistema de saúde, mas não deu pormenores.

Outra prioridade é aliviar a pressão financeira sobre as administrações locais, que acumularam enormes quantidades de dívidas após a crise imobiliária ter cortado uma fonte vital de receitas fiscais provenientes da venda de direitos de utilização de terrenos.

As reuniões desta semana foram a terceira sessão plenária do Comité Central do PCC, composto por 376 membros permanentes e rotativos, incluindo líderes do governo, exército e de nível provincial. O terceiro plenário tem historicamente sido crucial para definir grandes reformas económicas e políticas.

O mais emblemático foi o terceiro plenário de 1978, que marcou o início da política de “Reforma e Abertura”, que ditou a abertura da China à economia de mercado e o fim da ortodoxia comunista. Permitiu, entre outras decisões fundamentais, que as empresas estrangeiras operassem no país.

Plataforma com Lusa

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