Macau tem de promover o emprego na Grande Baía, ao mesmo tempo que tenta reter os seus talentos. Na semana passada, em declarações ao PLATAFORMA, o politólogo Sonny Lo salientou que o Governo tem de formular uma estratégia com base em estudos mais completos.
Sugeriu também uma “obrigação contratual” para quem recebe subsídios. Nesta, estaria estipulado um regresso a Macau, de forma a que pudessem, mais tarde, contribuir para o desenvolvimento local. Contudo, ressalvou que Macau também deveria procurar a reposição do talento enviado para a Grande Baía através do seu programa de atração de talentos, em vigor desde maio de 2023.
Debruçando-se sobre esta questão, José Alves considera que “ambos os objetivos não são mutuamente exclusivos e podem ambos existir”. Mas concorda que o Governo deve “definir indicadores e estratégias mais especificas para cada um deles, pois só assim podemos avaliar a performance destas politicas públicas”.
Mesmo assim, defende que o mais importante é migrar para uma economia baseada na “criação de valor”, pois “o desenvolvimento económico e social de Macau, incluindo diversificação, só acontecerá a longo prazo e será diretamente proporcional ao investimento em capital humano e conhecimento”.
O académico acredita que “uma economia de serviços, como Macau, não é sustentável e terá de evoluir para uma economia baseada no conhecimento com maior criação de valor”. E tal “depende do capital humano”.
Mas esse capital humano deve ser local, dado “o contexto da plataforma”. O responsável afirma que a atração de talentos “é uma solução de curto prazo e com resultados limitados, pois esses ditos talentos também são aliciados por cidades maiores na região, onde existe maior diversidade de carreiras profissionais”.
Sendo assim, o maior investimento que pode ser feito passa pela “qualificação e retenção dos quadros locais que já cá estão e que têm de conhecer cada vez mais o contexto da plataforma Macau – isto é, a Grande Baía e os mercados internacionais estratégicos para Macau”.
Para concretizar esse objetivo, José Alves diz que o Governo “deve investir mais no ensino superior, exigir qualidade com parâmetros internacionais, e acelerar o fortalecimento das universidades de Macau”.