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Governo planeia cancelar concessão do Macau Jockey Club

O Governo de Macau planeia rescindir o seu contracto de concessão com a companhia responsável pelas operações de corridas de cavalos do Macau Jockey Club.

Num despacho publicado em Boletim Oficial hoje, foi revelado que o Gabinete do Chefe do Executivo delegou a 9 de janeiro no Secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, todos os poderes necessários para a rescisão do contrato de concessão do exclusivo da exploração de corridas de cavalos com a Companhia de Corridas de Cavalos de Macau, S.A.

A pista de corridas tem enfrentado diversos problemas financeiros nos últimos anos. Em 2018, o Governo de Macau revelou que o Jockey Clube devia ao Estado cerca de 150 milhões de dólares em impostos. Mesmo assim, uma extensão de 24 anos e meio à concessão da pista de corridas até 2042 foi concedida.

No ano passado foi reportado que as autoridades de Macau teriam proibido a pista de corridas de importar cavalos e de aceitar apostas de fora da cidade, com o encerramento da pista discutido, mas negado pelas autoridades, que acabaram por aprovar aprova temporada 2023/2024 do Jockey Clube de Macau.

A empresa é administrada por Angela Leong, esposa do falecido magnata dos jogos, Stanley Ho, e que é também co-presidente e diretora executiva da operadora de jogos SJM.

Como requisito para a renovação do contrato, a direção do Clube prometeu liquidar os impostos em atraso num prazo de três anos e investir 1.5 mil milhões de patacas para aumentar os elementos não relacionados com o jogo, incluindo uma escola de hipismo, parques de diversões, hotéis, centros comerciais gourmet, etc.

No entanto, cinco anos e meio depois da renovação do contrato de concessão, no final de fevereiro de 2018, o plano de investimento prometido ainda não tinha sido implementado. No último relatório anual, Leong, presidente do Conselho de Administração da empresa, assegurou que o Jockey Club iria “agarrar oportunidades douradas, fixando metas diversificadas para o desenvolvimento.

O Jockey Clube de Macau registou prejuízos acumulados de 2.1 mil milhões de patacas até 2022, um aumento de cerca de 200 milhões de patacas face ao período homólogo do ano anterior, com as receitas das corridas de cavalos a cair de 47 milhões de patacas, em 2022, para 39 milhões de patacas, em 2021.

As apostas em corridas de cavalos contribuíram com 22 milhões de patacas para a receita bruta do jogo no primeiro semestre do ano, com a receita bruta global do jogo de Macau a atingir 80,4 mil milhões de patacas nos primeiros seis meses do ano.

Em termos de volume, as apostas em futebol contribuíram 183 milhões de patacas para o total das receitas de apostas no primeiro semestre de 2023, com corridas de cavalos a representar apenas um décimo desse valor, sendo responsáveis por menos de 0,3 por cento do total das receitas em apostas na RAEM.

O número de cavalos em Macau diminuiu também de um máximo de 1.200 há 20 anos para cerca de 220 atualmente, com o número de corridas por ano a cair de 1.200, em 2003, para apenas uma corrida por semana atualmente. O número de trabalhadores também não aumentou desde o início da pandemia e o processo de recrutamento de novos funcionários está suspenso.

O Governo de Macau irá realizar uma conferência de imprensa às 15:00 da tarde sobre a rescisão do contrato.

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