– O que é a Afrikanizm Art Platform ?
João Boavida – É uma startup angolana que se destina à promoção e venda da arte contemporânea africana. O grande objetivo passa mesmo por divulgar as obras africanas que têm dificuldade em chegar a outros cantos do mundo. Foi algo que identificámos que agrande dificuldade. Ou melhor, que tinha ainda mais dificuldade em chegar a outros cantos do mundo. Se olharmos para a arte mais antiga, vemos clássicos africanos espalhados por todo o mundo, que foram levados para todo o lado. Agora, a arte contemporânea é algo que também tem muito valor. Há muitos artistas com bastante qualidade. Nós só queremos revelar isso ao mundo.
– Já chegaram a muitos desses cantos do mundo?
J.B. – Felizmente, sim. A ideia é conseguir ter cada vez mais artistas, conseguir fazer com que as suas obras cheguem ainda a mais locais. Já contamos com artistas de alguns países, não só africanos, como por exemplo, Portugal, Espanha, Suíça, mas a verdade é que África é o nosso alvo, tendo artistas da Burkina Faso, Nigéria, Gana, Ruanda, República Democrática do Congo, Angola e África do Sul. A ideia é continuar a recrutar por toda a África.
– Quantos artistas têm em portefólio?
J.B. – Temos vários, mais de três dezenas de artistas, mas queremos crescer ainda mais. É bom sentir que os artistas estão connosco e acreditam no nosso projeto, que começou apenas em 2021. Em poucos meses chegámos a esse número e acreditamos que podemos crescer ainda mais.
– Que países já compraram arte através desta plataforma?
J.B. – Atualmente temos três mercados mais fortes, como os Estados Unidos, Angola e ainda Portugal. Por toda a ligação entre Angola e os outros dois países, é normal que estejamos mais nestes mercados. Mas temos já várias parcerias com transportadoras, como a DHL, que servirão para que possamos chegar a outros países que já começam a falar connosco sobre este tema.
– E no continente asiático, locais como a China e Macau?
J.B. – A China é um mercado óbvio, tanto do ponto de vista financeiro, como também pelo facto de ser uma porta para outros locais, como Macau ou mesmo Hong Kong, e ainda outros como Japão, Coreia, a própria Austrália, etc. Estamos a trabalhar nesse sentido, começámos por mercados mais óbvios, mas a China é um dos objetivos. Macau, pela ligação lusófona, seria uma excelente porta da arte africana para o mercado asiático. Acreditamos que estamos no bom caminho e queremos chegar a todos os quatro cantos do mundo.