Antes do encontro com Xi, os senadores reuniram-se com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi.
A deslocação, liderada pelo líder da maioria democrata no senado norte-americano, Chuck Schumer, prossegue a tendência de reaproximação entre as duas potências nos últimos meses.
China e Estados Unidos renovaram o diálogo com uma sucessão de visitas de altos funcionários norte-americanos a Pequim, incluindo o secretário de Estado, Antony Blinken, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e a secretária do Comércio, Gina Raimondo, bem como o enviado especial dos EUA para as alterações climáticas, John Kerry.
Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a compreenderem melhor a China, a ver as relações China – EUA de forma mais objetiva e a lidar de forma mais racional com as diferenças existentes
Wang Yi, ministro dos Negócios Estrangeiros chinês
Alguns analistas consideraram que as hipóteses de Xi receber a delegação de senadores eram mínimas, devido às tensões persistentes entre os dois países, mas o encontro sugere agora que o Presidente chinês vai participar na cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) em São Francisco, em novembro.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, disse na sexta-feira passada que havia possibilidade de reunir com o seu homólogo chinês à margem da cimeira.
As relações bilaterais continuam tensas, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do Mar do Sul da China.
Wang Yi apelou aos Estados Unidos para “gerirem as diferenças [com a China] de forma mais racional”, durante o encontro com os senadores norte-americanos.
“Esperamos que esta visita ajude os Estados Unidos a compreenderem melhor a China, a ver as relações China – EUA de forma mais objetiva e a lidar de forma mais racional com as diferenças existentes”, disse Wang.
Do lado norte-americano, Chuck Schumer disse que as relações entre as duas potências devem ser “geridas de forma responsável”, insistindo que os Estados Unidos “não procuram entrar em conflito” com o país asiático.
No entanto, o senador defendeu ser “natural que duas grandes potências compitam em áreas como o comércio, tecnologia e diplomacia, entre outras”.
Schumer citou como “objetivo número um” alcançar “condições equitativas para as empresas e trabalhadores norte-americanos”.
O líder democrata no senado apontou ainda como objetivos “responsabilizar as empresas sediadas na China que fornecem produtos químicos mortais que alimentam a crise do fentanil na América” e “garantir que a China não apoia o comportamento imoral da Rússia” na invasão da Ucrânia. “Promover o [respeito pelos] Direitos Humanos é outra prioridade”, acrescentou.
Para ser honesto, fiquei muito dececionado com a declaração [da China] que não demonstrou nenhuma compaixão ou apoio a Israel nestes tempos difíceis e conturbados Chuck Schumer, líder da maioria democrata no senado norte-americano
Israel na agenda
Chuck Schumer também criticou a posição da China, que apelou à “contenção”, após os confrontos entre o movimento islâmico palestiniano Hamas e Israel.
“Para ser honesto, fiquei muito dececionado com a declaração (…) que não demonstrou nenhuma compaixão ou apoio a Israel nestes tempos difíceis e conturbados”, disse.
A China disse no domingo que estava “profundamente preocupada” com os confrontos, que já deixaram mais de mil mortos entre israelitas e palestinianos.
Na segunda-feira, Wang Yi sublinhou que o “mundo atravessa atualmente um período de turbulência e mudanças […] . A crise na Ucrânia ainda não foi resolvida e a guerra está de volta ao Médio Oriente”.
Citou também o terramoto no Afeganistão, que deixou mais de 2.000 mortos, segundo as informações mais recentes.
“Todos estes desafios devem ser enfrentados pela comunidade internacional e a China e os Estados Unidos devem desempenhar os seus papéis de forma apropriada”, disse Wang.
A diplomacia chinesa, que no início deste ano mediou a aproximação entre o Irão e a Arábia Saudita, afirma regularmente que quer dar o seu contributo para o processo de paz israelo-palestiniano, que está paralisado desde 2014.
Até recentemente pouco envolvida na questão israelo-palestiniana, em comparação com os Estados Unidos, a China, que mantém boas relações com Israel, está agora a realçar mais a sua posição sobre o assunto.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa”, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como “Espadas de Ferro”.
*Com Lusa
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