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Xi Jinping reclama papel maior para a China após acordo entre Arábia Saudita e Irão

O presidente chinês, Xi Jinping, reclamou hoje um papel maior para a China na resolução de questões internacionais, após Pequim ter sediado negociações que culminaram num acordo entre Arábia Saudita e Irão para restabelecer relações diplomáticas.

A China deve “participar ativamente na reforma e construção do sistema de governação global” e promover “iniciativas de segurança global”, disse Xi, no encerramento da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China.

Xi Jinping obteve, na sexta-feira, um inédito terceiro mandato como chefe de Estado. Ele foi nomeado sem nenhum voto contra dos quase três mil delegados da APN.

Uma maior intervenção da China na governação internacional vai trazer “energia positiva para a paz e desenvolvimento mundiais e criar um ambiente internacional favorável ao desenvolvimento do nosso país”, disse Xi.

Ele não deu detalhes sobre as ambições do Partido Comunista Chinês, mas Pequim assumiu uma política externa cada vez mais assertiva, desde que Xi assumiu o poder, em 2012.

O líder chinês tem exigido mudanças no Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e outras entidades que Pequim diz não refletirem as necessidades e desejos dos países em desenvolvimento.

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O Partido Comunista Chinês também utilizou o crescente peso da China, como a segunda maior economia do mundo, para promover iniciativas de comércio e construção de infraestruturas que os EUA, Japão, Rússia e Índia veem com desconfiança, face à expansão da influência estratégica chinesa.

Pequim suscitou preocupações nos Estados Unidos e Austrália, no início de 2022, quando assinou um acordo de segurança com as Ilhas Salomão, que permitiria que navios da marinha chinesa e forças de segurança estivessem estacionados na nação insular do Pacífico Sul.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Qin Gang, alertou Washington, na semana passada, sobre possíveis “conflitos e confrontos”, caso os Estados Unidos não “mudarem de rumo” nas relações bilaterais, que se deterioram, nos últimos anos, face a diferendos sobre Taiwan, direitos humanos, Hong Kong, segurança e tecnologia.

No discurso de segunda-feira, Xi Jinping utilizou por oito vezes o termo “rejuvenescimento nacional”, parte da sua agenda para restaurar o papel da China como líder económico, cultural e político a nível mundial.

Consagrando o seu estatuto como o líder chinês mais forte desde o fundador da República Popular da China, Mao Zedong (1949 – 1976), a nova equipa de governação nomeada pela Assembleia Popular Nacional tem laços profissionais e pessoais antigos ao líder chinês. Xi conseguiu assim afastar rivais e preencher os principais órgãos do Estado com quadros da sua confiança.

Ele afirmou que, antes de o Partido Comunista conquistar o poder, em 1949, a China foi “reduzida a um país semicolonial e semifeudal, sujeito à intimidação por países estrangeiros”.

“Finalmente, eliminamos a humilhação nacional e o povo chinês é agora dono do seu próprio destino”, disse Xi. “A nação chinesa levantou-se, enriqueceu e está a tornar-se forte”, acrescentou.

Refletindo o crescente papel da China em questões externas, Irão e Arábia Saudita anunciaram, na sexta-feira, em Pequim, um acordo para restabelecer as relações diplomáticas cortadas por Riade em 2016, após os ataques às suas sedes diplomáticas no país persa.

A China avançou, também, com um plano para a paz na Ucrânia, que os países ocidentais desvalorizaram, por pôr “agressor e vítima” ao mesmo nível.

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