O Parlamento Nacional timorense atribuiu a primeira edição do prémio Liberdade de Expressão Max Stahl à Organização Popular da Mulher Timorense (OPMT), uma das estruturas da luta contra a ocupação indonésia de Timor-Leste
Em comunicado, o Parlamento Nacional explica que a decisão de atribuição do galardão, que se estreia este ano, foi tomada durante uma reunião dos líderes das bancadas parlamentares, com a maioria a optar pela OPMT, de entre os três candidatos propostos pelo júri.
Os cinco membros do júri – o padre Júlio Crispin, a antiga ministra Lúcia Lobato, os embaixadores Maria Domingas Fernandes Alves e Joaquim da Fonseca e o antigo ministro Constâncio Pinto – tinham inicialmente avaliado um total de seis candidaturas individuais e três de organizações ou instituições.
O prémio Liberdade de Expressão Max Stahl “visa reconhecer a atividade desenvolvida por personalidades e organizações em prol da liberdade de expressão”, tendo como objetivos “a promoção, a divulgação e o conhecimento sobre a liberdade de expressão e a preservação da memória da luta e da história do país, contribuindo igualmente para a educação cívica e o empoderamento dos jovens”.
Com o prémio, explica o Parlamento, presta-se igualmente homenagem a Max Stahl, que morreu em outubro do ano passado, “à sua enorme dedicação, profissionalismo e apoio à causa da autodeterminação do povo timorense, mantendo viva a sua memória e o seu espírito combativo, e o espírito dos jovens que, no dia 12 de novembro de 1991, enfrentaram a opressão e tombaram em nome da liberdade”.
O prémio é atribuído anualmente e entregue em cerimónia a realizar no Parlamento Nacional no dia 12 de novembro.
O jornalista britânico Max Stahl, que morreu em outubro de 2021, foi fundamental na cobertura do conflito armado em Timor-Leste, nomeadamente do massacre no cemitério de Santa Cruz, provocado pelas tropas indonésias, em 12 de novembro de 1991.