Jair Bolsonaro vem confidenciando ao seu núcleo mais próximo que teme ser preso em caso de derrota nas eleições de outubro. O presidente da República brasileiro, acusado de cerca de 20 crimes e alvo de 160 pedidos de impeachment mas protegido pela imunidade parlamentar do cargo e por uma aliança com o presidente da Câmara dos Deputados, receia que a sua sorte jurídica mude após o sufrágio em que o rival Lula da Silva, de acordo com as sondagens, é o favorito.
O próprio Bolsonaro verbalizou publicamente o temor, ao traçar paralelo com o destino da advogada Jeanine Añez, que se proclamou presidente da Bolívia após a queda do socialista Evo Morales, em 2019, e acabou detida com o regresso da esquerda ao poder, em 2020. “A turma dela perdeu as eleições, voltou a turma do Evo Morales. E o que aconteceu? Ela foi presa preventivamente. E agora foram confirmados 10 anos de cadeia para ela (…) Ou seja, é uma ameaça para mim quando deixar o governo”.
Em privado, o presidente tem sido ainda mais dramático, segundo relatos da imprensa. “Jair Bolsonaro assustou um interlocutor neste fim de semana, quando descreveu o que vê como uma conspiração para levá-lo à prisão, no cenário de derrota na sua tentativa de reeleição”, noticiou Guilherme Amado, colunista do jornal Metrópoles. “Agitado, falando de maneira descontrolada, Bolsonaro causou impacto em especial quando disse qual seria a sua reação caso a polícia batesse à sua porta para executar uma ordem de prisão: “Eu atiro para matar, mas ninguém me leva preso. Prefiro morrer””.
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