Brasil e Rússia foram as duas grandes decepções entre os Brics, grupo formado também por Índia, China e África do Sul, duas décadas após a criação do termo para designar essas economistas emergentes.
As sanções impostas ao governo russo após a invasão da Ucrânia tendem a piorar uma trajetória que já se mostrava desfavorável para os dois países antes mesmo da guerra.
Como grupo, as cinco economias já respondem por quase um terço do PIB mundial, mas esse resultado se deve principalmente ao desempenho da China e, em menor escala, ao da Índia.
O acrônimo Bric (palavra que também significa tijolo, em inglês) foi criado pelo economista Jim O’Neil, do banco Goldman Sachs. Em um trabalho publicado no final de 2001, ele traçava cenários de crescimento para Brasil, Rússia, Índia e China.
Os Brics, no plural, acabaram por se tornar um grupo organizado a partir de 2009 e que conta ainda com a África do Sul desde 2011.
O’Neil estimou em 2001 que o peso dessas economias emergentes no PIB mundial passaria de cerca de 20% para 27% nos dez anos seguintes. Pela métrica do FMI (Fundo Monetário Internacional), chegou a 26,8% em 2011 e a 31,2% em 2021.
Para Brasil e Rússia, o economista estimava um crescimento anual médio de 4% nos anos seguintes. O resultado efetivo de 2002 a 2021 foi de 2,2% e 3,1%, respectivamente.
A Índia cresceu 6,6%, acima dos 5% estimados. A China teve expansão anual de 8,7%, superando a expectativa de 7%
A participação do Brasil deveria chegar a 3,2% do PIB mundial. Atualmente, está em 2,4%.
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