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A estrutura do jogo em Macau

Dinis Chan*

Iniciou-se a tão antecipada consulta pública sobre a alteração do “Regime Jurídico da Exploração de Jogos de Fortuna ou Azar em Casino”.

O documento propõe limitar o número de concessionárias, proibindo o atual sistema de subconcessão; procura também evitar a arrecadação ilegal de fundos através do jogo; e incentiva a que as empresas envolvidas na indústria assumam a sua responsabilidade social, aumentando a promoção do setor não jogo, para além de oferecerem auxílio a pequenas e médias empresas locais.

As sugestões já eram esperadas, e grande parte do mercado estava preparado. Mas nem tudo foi bem recebido. A recomendação para as concessionárias cumprirem certos requisitos e a necessidade de autorização prévia do governo para distribuição de lucros entre os seus acionistas levou a uma queda significativa das ações na Bolsa de Hong Kong.

A proposta leva os investidores a reconsiderar o investimento. O retorno financeiro da indústria do jogo depende do mercado continental e, devido à pandemia, o capital chinês já não flui da mesma maneira. É possível que o governo central restrinja ainda o mais o desenvolvimento da indústria, com o objetivo de reter os lucros no país.

O principal objetivo de uma empresa é o lucro, distribuindo o mesmo em dividendos pelos seus acionistas. Receio que, no futuro, as empresas percam o interesse no Território. Na região, outros também procuram desenvolver a indústria do jogo, como Penghu, em Taiwan, o Japão ou até lugares que já possuem estas infraestruturas, como o Camboja, Malásia ou Singapura. Todos estão interessados em absorver o capital das empresas de Macau.

Com o impacto da Covid-19, é preciso resgatar a economia da cidade. Há uma grande urgência de investimento e devem ser criados benefícios atrativos para tal acontecer.

Teremos de esperar para ver as vantagens que o novo sistema irá trazer para Macau.

*Diretor-Executivo do PLATAFORMA

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