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Onde a pandemia nunca chegou

Redação, com TSF

Os habitantes destes locais não têm de cumprir confinamentos, usar máscara ou cumprimentar com o cotovelo, mas não quer dizer que tenham uma vida melhor.

Ao chegar à Antártida, em dezembro de 2020, o coronavírus atingiu todos os continentes e praticamente todos os países do mundo. Mas ainda há locais que resistem, ainda e sempre, ao vírus invasor. Segundo a Organização Mundial da Saúde, são 14 os territórios com zero casos de Covid-19 até ao momento, a grande maioria ilhas do Pacífico, que ao fechar as fronteiras evitaram a pandemia.

Nos primeiros meses da pandemia, as Ilhas Cook – pequeno paraíso insular do Pacífico, vizinho da Nova Zelândia – ainda se preparam para o pior. Com 22 médicos e apenas dois ventiladores para uma população de 17.500 pessoas, o medo instalou-se. Na ilha mais populosa, Rarotonga, as escolas fecharam e encorajou-se o distanciamento social. No entanto, o tempo passava e não foi registado qualquer caso de Covid-19.

A vida voltou ao normal, mas as consequências de manter as fronteiras fechadasn desde março do ano passado são pesadas. O turismo contribui em dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) das Ilhas Cook, pelo que muitos só têm sobrevivido graças aos apoios do Governo.

O mesmo se verifica nas ilhas de Tonga (país insular da Oceânia), Kiribati (país insular do Pacífico e vizinho de Nauru), Samoa (estado insular da Polinésia), Samoa Americana, Niue (uma das maiores ilhas de coral do mundo da Oceânia), Nauru (terceiro país mais pequeno e o menor país insular do mundo) e Tuvalu (localizado entre o Havai e a Austrália). Ninguém entra e ninguém sai, o que manteve o vírus à distância, mas a economia ressentiu-se.

Quanto maior o isolamento, mais facilmente se evita o vírus. É o caso das ilhas de Tokelau e Pitcairn, que não têm quaisquer ligações aéreas, e onde o vírus nunca chegou, conta o The Guardian.

O arquipélago de Palau, país insular da Micronésia, tem o turismo como base da sua economia. Recebeu em 2019, um número de turistas cinco vezes maior que a sua população total e dados do Fundo Monetário Internacional, referentes a 2017, mostraram que o turismo corresponde a 40% do respetivo Produto Interno Bruto (PIB).

Mas essa realidade mudou com a Covid-19. Os hotéis estão fechados, as lojas e os restaurantes vazios. As fronteiras fechadas desde o final de março de 2020. E mesmo sem infectar uma única pessoa, o vírus deixou um rasto de destruição no país.

O governo ofereceu apoio financeiro aos moradores e, conseguiu, manter o vírus longe. Mas o presidente já anunciou que “as viagens aéreas essenciais” deverão ser retomadas no início de setembro.

Em Koror, a ilha mais populosa e capital económica do arquipélago de Palau, também não se registou qualquer caso de Covid-19, mas com apoio do Estado todos os habitantes vão receber a vacina da Moderna até meio do ano.

No Atlântico, a ilha de Santa Helena parece ter também passado ao lado da pandemia, enquanto a Coreia do Norte e o Turquemenistão não reportaram quaisquer contágios à Organização Mundial de Saúde. Mas há grandes dúvidas sobre se a verdade está a ser encoberta pelos respetivos regimes.

O Turquemenistão, um dos países mais fechados do mundo, baniu em abril de 2020 a palavra coronavírus do vocabulário oficial e proibiu o uso de máscaras e que os cidadãos falassem sobre a COVID-19.

As Ilhas Salomão quase escaparam à Covid-19 – registam até ao momento apenas 17 casos de contágio, mas 57% das famílias assumem que tiveram de cortar na alimentação devido à perda de rendimentos.

Nas Fiji, com apenas 53 casos de Covid- 19, a economia sofreu uma quebra de 20% em 2020 e milhares viram-se obrigados a abandonar empregos no setor do turismo para apostar na agricultura de subsistência.

Eram 15 os lugares no mundo sem qualquer registo de infetados por SARS-Cov-2 até à passada segunda-feira, dia 11 de janeiro. A Micronésia registou o primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus, importado, no início desta semana.

Situação Epidemológica Em Macau

Macau é apresentado, por muitos, como exemplo na forma como conseguiu controlar a propagação do vírus.

Os primeiros casos de Covid-19 surgiram no final do mês de janeiro de 2020. Todos importados de turistas chineses que visitaram o território por altura do Ano Novo Chinês. Registou apenas dois casos locais indiretamente relacionados com casos importados. Quer isto dizer, que nunca chegou a haver contágio comunitário na cidade.

Desde o início da pandemia, totalizam-se apenas 46 casos confirmados de infeção. E foram todos considerados casos ligeiros, à excepção de um caso grave. Todos os pacientes foram tratados através de internamento hospitalar, não havendo registo de casos mortais até à data.

Há mais de seis meses que não se registam novos casos de contágio pelo novo coronavírus
em Macau.

Neste momento, existem 265 camas hospitalares disponíveis para tratamento de doentes de Covid-19 e a possibilidade de instalação de um hospital de campanha, se necessário.

A exigência de um teste de ácido nucleico com resultado negativo aos viajantes oriundos de países estrangeiros e que cheguem a Macau, válido por 72 horas (3 dias) após a data de emissão do relatório, bem como a realização de quarentena por 21 dias são duas das medidas preventivas adotadas pelo governo para o controlo da pandemia.

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