A poucos dias para o regresso às aulas no ensino geral e universitário, suspensas em Março, muitas escolas, na província de Luanda, continuam desprovidas de condições de biossegurança.
Numa ronda efectuada em alguns municípios, o Jornal de Angola constatou que muitas escolas não dispõem de condições mínimas de biossegurança, como termómetros infravermelhos para aferir a temperatura, água canalizada, sabão, papel higiénico e álcool em gel para facilitar a higienização das mãos. Mesmo as que têm reservatórios de água não são abastecidas e outras nem sequer casas de banho em condições têm.
No distrito urbano do Sambizanga, a escola primária 1306, apesar de ter água corrente, não dispõe de materiais de biossegurança, nem baldes para a higienização das mãos. Segundo o seu director, Paulo Francisco, da Repartição Distrital da Educação a escola recebeu apenas sa-bão e lixívia.
Na escola 1132 (ex-4016), o cenário é mais doloroso. “Aqui não existe nada de biossegurança para os alunos, professores e pessoal administrativo”, desabafou a directora Osvalda Gonçalves, explicando que a direcção da escola teve que improvisar um bidão de 25 litros, onde colocou uma torneira que serve para lavagem das mãos. Apesar de ter casas de banho, só há um balde para reserva de água. “Os alunos e professores usam esse balde e com uma jarra tiram a água para fazer uso nas latrinas”, disse a gestora escolar.
Já na escola primária 1308 (Cadi-Povo), o director João Manuel afirmou que, embora a escola tenha água corrente e até um reservatório, não dispõe de materiais de biossegurança. Disse que a instituição recebeu da repartição distrital da Educação duas barras de sabão e oito litros de lixívia. “Não temos máscaras faciais, álcool em gel, nem termómetros para aferir a temperatura dos alunos”, declarou.
No município do Cazenga, na escola do I ciclo 3114 as condições estão minimamente acauteladas. Existe um reservatório de água, dispensador para higienização das mãos, sabão, álcool em gel, termómetros para medição da temperatura e os professores têm direito a uma viseira.
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