Angola produziu 1,210 milhões de barris de petróleo por dia em agosto, mais 24.000 face a julho, segundo o relatório mensal da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) hoje divulgado.
Os valores publicados, com base em dados de fontes secundárias, registam um crescimento da produção, depois de uma quebra de 37 mil barris por dia em julho, face ao mês anterior.
Em junho, a contagem da OPEP assinalou 1,223 milhões de barris diários, sendo que esta produção viria a baixar no mês seguinte, para 1,186 milhões de barris por dia.
Angola manteve a posição de segundo maior produtor africano de crude na OPEP, atrás da Nigéria.
A Nigéria, líder africana na produção petrolífera, viu a sua produção diária também crescer, para 1,482 milhões de barris, embora o seu crescimento tenha sido mais ligeiro, com cerca de mais 2.000 barris por dia.
Em julho, mês em que produziu 1,480 milhões de barris por dia, a Nigéria tinha tido uma redução da sua produção na ordem dos 12.000 barris por dia, face a junho, quando alcançou, em média, 1,492 milhões de barris diários.
Durante praticamente todo o ano de 2016 e até maio de 2017, Angola liderou a produção de petróleo em África, posição que perdeu desde então para a Nigéria.
A produção na Nigéria foi condicionada, entre 2015 e 2016, por ataques terroristas, grupos armados e instabilidade política interna.
O mais recente relatório da OPEP refere também que, em termos de “comunicações diretas” à organização, Angola terá produzido 1,266 milhões de barris por dia em agosto, menos 9.000 barris por dia que no mês anterior.
No caso da Nigéria, a produção diária situou-se em 1,361 milhões de barris em agosto, embora tenha registado um aumento na ordem dos 9.000 barris por dia face ao mês anterior.
Devido às consequências da pandemia da covid-19, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP tem vindo a recomendar cortes na produção de petróleo.
No documento hoje divulgado, a OPEP piorou as previsões para o consumo mundial de petróleo em 2020 e 2021, devido à incerteza sobre o efeito de uma segunda vaga da pandemia na economia global.
Segundo a OPEP, o consumo de petróleo cairá este ano 9,5 milhões de barris por dia – o equivalente a 9,5% – em comparação com 2019, mais 400.000 barris por dia do que há apenas um mês, elevando o total de consumo diário para 90,2 milhões de barris diários.
No mês passado, a OPEP tinha já reduzido as suas previsões de consumo em 100.000 barris por dia, pelo que nos últimos dois meses a organização sediada em Viena, capital da Áustria, piorou as previsões de consumo de petróleo em meio milhão de barris por dia.
Os preços do petróleo caíram de novo para níveis abaixo dos 40 dólares depois do aumento dos contágios por covid-19 nas principais economias ter levantado dúvidas sobre uma recuperação sustentada.
A pandemia atingiu a procura de petróleo devido ao abrandamento económico global, com restrições à circulação, o teletrabalho e a redução das viagens a provocarem a queda do consumo de energia.