O principal partido da Oposição em Moçambique acusa o Governo de excluir oficiais do braço armado da Renamo de posições de chefia no Comando-Geral da Polícia
O porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), José Manteigas, disse hoje à Lusa que o partido tinha “uma legítima expetativa” de que oficiais do braço armado da organização patenteados no sábado último ocupassem posições de chefia no Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), mas foram destacados para posições inferiores.
“Acompanhamos atentamente o patenteamento dos militares da Renamo, mas criticamos o facto de nenhum deles estar numa posição de chefia no Comando-Geral da Polícia”, declarou José Manteigas.
O porta-voz da Renamo adiantou que esta exclusão viola o espírito do acordo sobre DDR assinado com o Governo.
Os dez oficiais da Renamo patenteados no sábado vão ser colocados como responsáveis de esquadras e nas polícias de Trânsito, Guarda de Fronteira e de Proteção de Recursos Naturais e do Meio Ambiente.
Os patenteados eram guerrilheiros da Renamo e foram integrados na PRM em finais do ano passado, tendo sido submetidos a uma formação básica na polícia moçambicana, estágio pré-profissional, patenteamento e tomada de posse.
Depois de um arranque simbólico no ano passado, o DDR esteve paralisado durante vários meses, tendo sido retomado em 04 de junho e vai envolver 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição.
Desde então já foram abrangidos 38 ex-guerrilheiros em Savane, 251 ex-guerrilheiros em Chibabava e outros 303 em Dondo, na província de Sofala, centro do país.