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Presidentes de Angola e África do Sul conversaram sobre covid-19 e problemas do continente

Os chefes de Estado de Angola e da África do Sul conversaram hoje, numa chamada telefónica, sobre vários temas da atualidade, incluindo a pandemia de covid-19, anunciou a Presidência angolana.

De acordo com uma nota enviada pelo gabinete do Presidente angolano, João Lourenço e o homónimo sul-africano, Cyril Ramaphosa – que também é presidente em exercício da União Africana –, conversaram sobre “a pandemia da covid-19, provocada pelo novo coronavírus, o conflito na Líbia, a produção de petróleo de acordo com os planos da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] e as tensões à volta do aproveitamento hidroelétrico em construção pela Etiópia no rio Nilo”.

Segundo os dados mais recentes da União Africana, a África do Sul é um dos países mais afetados pela pandemia no continente, com mais de 150.000 casos desde o início de março, incluindo 2.657 mortos recuperados. Por sua vez, Angola regista 315 infetados e 17 mortos.

Na conversa, os dois chefes de Estado abordaram também a Líbia, país que tem estado em convulsão interna desde 2011, quando o regime de Muammar Khadafi foi derrubado.

O país tem estado dividido entre governos rivais, um no leste, outro na capital, cada um apoiado por grupos armados e governos estrangeiros.

As forças do comandante militar Khalifa Haftar são apoiadas por Federação Russa, Egito e Emirados Árabes Unidos, ao passo que as de Tripoli contam com contributos de Turquia, Itália e Qatar.

A produção de petróleo foi também debatida pelos dois presidentes, depois de esta ter sido reduzida numa tentativa da OPEP e dos seus parceiros para equilibrarem o preço do barril de petróleo, afetado pela pandemia de covid-19.

Em abril, os países da OPEP aprovaram um corte de 9,7 milhões de barris por dia entre 01 de maio e 30 de junho deste ano, devendo então este corte ser reajustado para oito milhões de barris por dia até ao final do ano, numa tentativa de nivelar um mercado particularmente afetado pela pandemia de covid-19.

Em 06 de Junho, a OPEP+ decidiu prorrogar este corte recorde até 31 de julho e analisar mensalmente o cumprimento do acordo e a situação do mercado.

Devido às consequências da propagação do novo coronavírus, com o impacto na economia e a diminuição do consumo, o Comité Técnico Conjunto da OPEP tem vindo a recomendar cortes na produção de petróleo.

Por fim, segundo a nota, João Lourenço e Cyril Ramaphosa abordaram a problemática da construção da Grande Barragem do Renascimento, por Adis Abeba, um megaprojeto com um custo de 4,6 mil milhões de dólares (4 mil milhões de euros), que pretende fornecer energia elétrica aos 100 milhões de habitantes da Etiópia.

A barragem em questão, no Nilo Azul, um rio que conflui com Nilo Branco e com o rio Atbara e origina o rio Nilo, tem provocado divisões entre a Etiópia, o Sudão e o Egito, com os dois últimos a criticarem os efeitos que a construção desta infraestrutura perturba os interesses dos seus povos.

No passado dia 27 de junho, a Etiópia admitiu começar a encher a albufeira da barragem elétrica no espaço de duas semanas, horas depois de líderes do Egito, Sudão e da Etiópia terem retomado as conversações visando um acordo sobre esta operação.

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