O representante interino da OMS sublinhou que Angola é o país que tem menos casos mas “não está a ser fornecido com um número necessário de testes”, apesar de o Governo estar a pedir “em todos os meios possíveis”
O representante interino da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola disse hoje, em Luanda, que Angola está no grupo de países africanos lusófonos com menos casos de covid-19, mas alertou para a “clara tendência de crescimento”.
Instado pela agência Lusa a comentar a aceleração da pandemia em África, Javier Aramburu, disse que os países africanos não têm um número maior de casos e óbitos comparativamente a alguns países latino-americanos, mas avisou que a situação é “séria”.
“Há países latino-americanos que têm maior número de casos e mortes que os países africanos, o que não indica que a situação não seja séria em África”, referiu.
O responsável sublinhou que “os casos estão a aumentar e há países que têm um grande número de infeções, como a Guiné-Bissau, com mais de 1.600 casos, logo seguida de Cabo Verde, que tem neste momento um número aproximado de 1.250 casos”.
Por outro lado, temos o caso de Moçambique, já com 900 casos, São Tomé e Príncipe também tem um número de casos importante, está ao redor de 600 casos, e Angola que tem ainda menos de 500 casos, estamos a falar até ontem [quarta-feira] de 291 casos
Javier Aramburu sublinhou que Angola é o país que tem menos casos, mas assinalou que o país “não está a ser fornecido com um número necessário de testes”, apesar de o Governo estar a pedir “em todos os meios possíveis”.
“Pode ser que o número real seja maior”, frisou.
Questionado sobre eventuais explicações para um maior número de óbitos em Angola comparativamente a países como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe que têm mais infeções diagnosticadas, Javier Aramburu frisou que se tratando de ilhas pequenas, com população relativamente pequenas, o controlo fica mais facilitado.
Relativamente a Cabo Verde, o responsável salientou que o país tem muito mais apoio a partir da Europa, por exemplo.
Já Angola “tem uma situação mais difícil, porquanto a disponibilidade de testes para o país é insuficiente. É um problema que se está a passar não só em África, mas em todo o mundo”, destacou.