A organização lusófona diz que o país está no bom caminho mas ainda enfrenta obstáculos
O secretário executivo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), Murade Murargy, saudou o regresso da Guiné-Bissau à ordem constitucional, embora considere que o país ainda tem “muitos obstáculos” pela frente. “É preciso superar muitos obstáculos” no contexto em que “está a viver ainda a Guiné-Bissau. É preciso muito trabalho, muita seriedade e muito patriotismo também”, destacou o diplomata moçambicano.
O secretário-executivo da CPLP falava em Bissau onde participou na cerimónia de posse do presidente José Mário Vaz. Murade Murargy defendeu estarem criadas as condições para o regresso à ordem constitucional na Guiné-Bissau, mas que deixou um aviso: é preciso continuar com a transição rumo à estabilidade efetiva.
José Mário Vaz foi eleito à segunda volta a 18 de maio depois de o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que o apoiou, já ter conquistado maioria absoluta nas eleições legislativas realizadas a 13 de abril.
Na tomada de posse, na segunda-feira, o novo Presidente elegeu o combate à pobreza como umas das prioridades enquanto chefe de Estado guineense.
“Temos que meter as mãos na lama e pôr a economia guineense a funcionar e a produzir riqueza para atacar e resolver os problemas que afetam a nossa sociedade”, disse José Mário Vaz.Anunciando uma “parceria estratégica” entre Presidente e Governo, afirmou que a Guiné-Bissau não pode continuar a ser um país onde “uma minoria” trabalha e produz riqueza para a “maioria sem trabalho”.
Vaz, que foi foi investido no cargo perante milhares de guineenses que encheram o Estádio Nacional 24 de Setembro, recorreu à expressão popular em crioulo “djitu tem ku tem” (tem que haver jeito) para galvanizar os seus concidadãos para o que diz ser “uma nova era” no país. “Como Nação só chegaremos com sucesso a algum lado se soubermos para onde queremos ir. Nós passámos estes anos a anunciar, a anular e a anunciar de novo, medidas, leis, opções políticas, programas e projetos mal avaliados”, observou José Mário Vaz.
A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo e a situação agravou-se nos últimos dois anos liderados por autoridades de transição – nomeadas depois do golpe de abril de 2012.
Õs serviços públicos (incluindo forças de segurança) acumulam seis meses de salários em atraso, o aparelho de Estado não funciona e a economia caiu a pique – queda agravada pela corrupção e saque de recursos naturais, denunciam organizações nacionais e estrangeiras, tópicos que o novo Presidente também aponta como prioritários.
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