No âmbito do sétimo Festival das Lanternas de Macau, a exposição de arte imersiva “Fly Me to the Moon”, criada pelo nova-iorquino Jason Naylor, está na cidade até 31 de outubro.
A exposição, composta por quatro instalações artísticas interativas de grande escala, trata-se da primeira em Macau a juntar um festival tradicional chinês com arte graffiti e tecnologia de inteligência artificial (IA), segundo o One Central Macau. As peças de Naylor, que se destacam pela utilização da luz e cor, podem ser vistas no interior do One Central Macau, bem como no passeio marítimo adjacente.
O artista e designer contemporâneo de Brooklyn chega a Macau depois de ter ganho um Golden Novum Design Award, em 2019, e ter colaborado com inúmeras marcas de renome, como a Coach, Pepsi, Guess, XBOX e Maybelline.
Ao PLATAFORMA, descreve o seu primeiro projeto na Região como um sonho tornado realidade, salientando que a “energia e paixão, especialmente pela arte”, são traços que encontra tanto em Macau como em Nova Iorque. No entanto, foi surpreendido pela beleza da RAEM. “Macau é muito mais bonita. Nova Iorque é muito cinzenta”.
O artista afirma que a cidade tem uma imagem distintiva, moldada pelo seu dinamismo e fervor dos residentes. Com esta exposição, o artista liga os elementos tradicionais do Festival do Bolo Lunar à arte contemporânea de Nova Iorque, tendo como fonte de inspiração a lua.
“Acredito que o meu trabalho artístico possui uma qualidade distintiva que pode ser descrita como mágica. Isto deve-se ao facto de a minha arte se basear nos conceitos de emoções, sentimentos, comunicação e, acima de tudo, amor. Penso que este conceito se adequa particularmente bem à vertente de reunião familiar do festival.”
Naylor diz que a integração de diversos elementos facilita a criação de uma arte inspiradora. O artista explica que a arte moderna pode ser confusa para o público geral, e que por isso introduziu elementos familiares, tornando mais fácil compreender a exposição e cativar quem por lá passa.
Tecnologia interativa
Um dos aspetos mais notáveis da exposição é a incorporação de tecnologia de inteligência artificial, que permite ao público interagir com as peças. “Arte é sempre importante e a incorporação da tecnologia melhora a experiência. A IA representa um avanço significativo na integração destes dois elementos”, observa. “A utilização deste espaço comercial [One Central Macau] no sentido de facilitar a aprendizagem, a compreensão e o envolvimento, é uma oportunidade inestimável para esclarecer e encantar o público, promovendo a apreciação do potencial transformador da integração destes elementos”.
No contexto desta exposição, o nova-iorquino explica que “a tecnologia melhora a experiência, tornando-a mais complexa e cativante. Os conceitos subjacentes à exposição permanecem consistentes, abrangendo a disseminação da benevolência e da positividade através de várias vias.”
No que diz respeito ao papel prospetivo da IA nos empreendimentos artísticos, Jason acredita que, à medida que a tecnologia evolui para se tornar mais acessível, desempenhará um papel mais preponderante e a arte interativa estará em todo o lado, salientando que a boa arte dependerá sempre da criatividade, e não da tecnologia. “Há casos em que a mera incorporação de tecnologia não é uma decisão prudente”, aponta, considerando “essencial utilizá-la de forma estratégica”.
Ao PLATAFORMA, os organizadores da exposição – One Central Macau – explicam que a mesma serve não só para promover o turismo, como também para facilitar o intercâmbio cultural a nível internacional. “Ao celebrar o Festival do Bolo Lunar, Macau não só honra as suas tradições, como também abraça a sua identidade multicultural, contribuindo assim para o seu estatuto de local vibrante”.
Ricky Hoi, diretor-adjunto da Direcção dos Serviços de Turismo, marcou presença na inauguração da exposição, afirmando que as autoridades consideram a tecnologia como uma das vias para melhorar a experiência dos visitantes e atrair turistas.