A ambição de partida era a de garantir a vinda de chefes de governo. Contudo, há constrangimentos difíceis de contornar. Segundo apurámos, o nível da expectativa já baixou. O primeiro constrangimento vem de Pequim: este ano comemoram-se 25 anos da RAEM e 75 anos da República Popular da China, datas que permitem ambicionar a vinda de Xi Jinping a Macau, em dezembro.
Por um lado, seria inédito Presidente e primeiro-ministro chinês visitarem a RAEM no mesmo ano; por outro lado, se não vier Xi Jinping em dezembro, Li Qiang seria a hipótese mais alta, o que praticamente exclui a hipótese de o primeiro-ministro vir a Macau, duas vezes, em tão curto espaço de tempo.
Entretanto, Portugal tem eleições legislativas a 10 de março; e o convite do Fórum Macau não pode ser formalizado antes que se defina o futuro primeiro-ministro português. Quem vencer as eleições, prevendo-se que não por maioria absoluta, terá depois negociações complexas para garantir suporte parlamentar, programa e formação do Governo, pelo que é difícil imaginar que o futuro primeiro-ministro se desloque a Macau no mês seguinte a ser eleito.
O PLATAFORMA sabe que vários outros países lusófonos até enviariam chefes Governo, apoiando um novo impulso pós-Covid nas relações multilaterais a partir de Macau. Contudo, aguardam para saber o nível hierárquico que vem da China, e dificilmente enviarão ranking muito superior ao que Pequim indicar.