Bloco de Esquerda questiona Governo sobre ataque a exposição LGBTQIA+ de Évora, sobretudo para garantir que segurança está assegurada para a primeira marcha na cidade. “É importante que todas as pessoas que vão participar na marcha saibam que contam com a solidariedade dos poderes públicos”, diz Joana Mortágua.
Segurança e visibilidade. Estes são os objetivos que o Bloco de Esquerda quer garantir com a pergunta que entregou na Assembleia da República dirigida ao Governo depois do ataque homofóbico a uma exposição em Évora.
De acordo com o município, houve um ato de violência e vandalismo na Igreja de São Vicente, visando um funcionário municipal e a exposição de artes aí patente chamada “Missiva de Amor e Ódio” e que partiu do desafio a alguns artistas para “olharem para a dualidade que é comportar amor quando se recebe ódio em troca”.
Além do claro repúdio e indignação perante este ato homofóbico, o Bloco de Esquerda dirigiu uma pergunta à ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que visa perceber “que medidas irá tomar o Governo para promover a segurança da comunidade LGBTQIA+ de Évora e para enfrentar os discursos e atos de ódio homofóbico e transfóbico”, bem como “que medidas irá tomar o Governo para garantir que a 1ª Marcha LGBTIQA+ de Évora se realiza em segurança”.
À TSF, a deputada Joana Mortágua sublinha que o que aconteceu é “uma tentativa de intimidar a organização e os participantes da marcha LGBT de Évora que não é aceitável e que tem que ser repudiada a todos os níveis por todas as entidades públicas”.
Preocupada com o impacto que pode ter na realização da marcha agendada para esta sexta-feira – a primeira do género na cidade alentejana -, Joana Mortágua realça que “é muito importante que se garanta a segurança desta marcha”, sendo igualmente importante que “todas as pessoas que vão participar saibam que contam com a solidariedade dos poderes públicos (…) e que podem sair à rua orgulhosos, como durante o mês de junho tantos e tantas milhares de pessoas vão sair à rua orgulhosos para lutar pelos direitos das pessoas LGBTQIA+”.
A deputada vinca ainda que “este ato de vandalismo teve o efeito perverso de mostrar como ainda há tantas manifestações de ódio e como ainda é tão preciso lutar pela visibilidade e pela segurança e pelos direitos das pessoas LGBT”.
De acordo com a Câmara Municipal de Évora, “já estão a decorrer investigações policiais e judiciárias tendo em vista o apuramento das devidas responsabilidades criminais”.