Um representante de Hengqin revelou na quarta-feira em Portugal que a ilha vai ter, em julho, um novo Centro de Cooperação e Intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Um novo prémio exclusivamente para empresas de Macau e de Países de Língua Portuguesa será também incluído numa competição da Zona de Cooperação
Um Centro de Cooperação e Intercâmbio de Ciência e Tecnologia entre a China e os Países de Língua Portuguesa será inaugurado em julho deste ano em Hengqin, revelou um responsável pela zona económica especial, em Lisboa, esta semana.
António Lei, diretor dos Serviços de Desenvolvimento Económico da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin, revelou que o novo centro irá apoiar a introdução e a promoção externa de empresas de ciência e tecnologia.
“Queremos que através deste centro se crie uma plataforma de intercâmbio entre empreendedores, startups e empresas de tecnologia de Portugal, Brasil, outros PLPs e a China”, indicou.
Lei foi um dos convidados do “Seminário de Promoção sobre Investimento e Turismo Macau-Portugal”, co-organizado pela AICEP Portugal Global, pelo Turismo de Portugal I.P., pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e pela Direcção dos Serviços de Turismo da RAEM (DST).
O evento, organizado no Hotel Intercontinental de Lisboa, serviu para apresentar o “ambiente de comércio, de investimento e de turismo, o layout industrial e as vantagens políticas de Macau e de Hengqin”. O seminário fez parte do programa organizado para a primeira visita do Chefe do Executivo de Macau a Portugal, de 18 a 22 de abril.
O representante da Zona de Cooperação Aprofundada indicou também que a terceira edição da Competição Internacional de Empreendedorismo Científco e Tecnológico de Hengqin irá incluir um novo prémio, designado de Novo Lótus Emergente, exclusivamente para empresas de Macau e de Países de Língua Portuguesa.
Um total de 10 prémios Novo Lótus Emergente de 800.000 remninbis cada serão distribuídos na edição deste ano.
Organizada desde 2018, a Competição Internacional de Empreendedorismo Científco e Tecnológico de Hengqin apoia equipas de inovação e empreendedorismo que tenham alcançado “resultados de inovação pioneiros”,”cruciais” e com “boas perspetivas de industrialização”, com prémios monetários de até 300 milhões de renminbis, incluindo um prémio único de 100 milhões de renminbis.
A terceira edição da competição centra-se em projetos de quatro áreas: circuitos integrados e componentes eletrónicos, biomedicina e dispositivos médicos, Big Data e inteligência artificial e novos materiais e energias.
Know-how português
No seu discurso de abertura, o secretário para a Economia e Finanças da RAEM, Lei Wai Nong, referiu que será criado um ambiente de negócios favorável para que os investidores estrangeiros, interessados em entrar no mercado chinês, utilizem Macau e Hengqin como ponto de partida para explorar o “vasto mercado do Interior da China”.
Francisco André, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação de Portugal realçou depois as possibilidades de parcerias em inovação tecnológica e turismo com a RAEM, apontando para as mais de 400 empresas portuguesas que atualmente “exportam para Macau um vasto leque de bens e serviços”.
“Desejamos hoje perspetivar o futuro e reforçar as bases numa perspetiva de crescimento, não apenas no número de empresas presentes em cada território, mas no número de parcerias, oportunidades e volume de investimentos. Queremos acolher o instrumento do investimento macaense em Portugal”, frisou.
Durante o seminário foi assinado um acordo entre o IPIM e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) para reforçar a ligação entre as duas entidades.
Presentes no evento estiveram também uma delegação de mais de 40 empresários de Macau presente em Portugal desde 16 de abril para uma visita com foco em atividades promocionais nas áreas de economia, comércio e turismo.
Os empresários deslocaram-se a Lisboa e ao Porto para visitar 13 entidades locais, incluindo instituições industriais e comerciais, bem como empresas de indústrias chave como ‘big health’, alta tecnologia, comércio, entre outras.
Uma das paragens incluiu uma passagem pela Fábrica de Unicórnios de Lisboa, no Hub Criativo do Beato, uma plataforma de programas de inovação inaugurada pelo atual executivo de Lisboa, liderado por Carlos Moedas.
“Portugal desenvolveu com sucesso um ecossistema que favorece a emergência de startups, e estamos disponíveis para partilhar essa experiência com o Centro de Intercâmbio, Inovação e Empreendedorismo para jovens da China e dos Países de Língua Portuguesa em Macau, para colaborar em todas as atividades onde se entenda que há interesse mútuo”, afirmou Francisco André no seu discurso.