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Novo presidente da Câmara dos EUA enfrenta 1º grande teste com votação de regulamento

AFP

O novo presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, enfrenta a primeira prova de sua capacidade para liderar a conturbada Casa nesta segunda-feira (9), quando os republicanos tentam aprovar o conjunto de regras que vai determinar como será seu funcionamento.

Uma votação vespertina sobre o plano, que causou alarde por suas concessões à direita republicana, entre eles um plano para cortar os gastos com a Defesa, acontece imediatamente depois de uma das semanas mais turbulentas na Câmara baixa.

Os legisladores quase chegaram às vias de fato na nova legislatura da Câmara, controlada pelos republicanos, depois que McCarthy viu-se obrigado a passar por 15 rodadas de votação durante quatro dias para superar um bloqueio da extrema direita à sua candidatura.

Os democratas queixam-se de que os acordos conseguidos para destravar a votação reduziram severamente a autoridade do ‘speaker’ – o presidente da Câmara -, o principal legislador de Washington, e cederam uma quantidade de poder pouco saudável para legisladores republicanos mais extremistas.

O pacote de regras escrito em 55 páginas estabelece as prioridades republicanas para o restante do mandato do presidente democrata Joe Biden – que assumiu em janeiro de 2021 – e os procedimentos que adotarão para dirigir a Câmara.

Um arquivo anexo de três páginas de acordos paralelos que, segundo relatos, McCarthy negociou em sigilo com o ultraconservador House Freedom Caucus, causa inquietação em democratas e alguns republicanos moderados.

Segundo os relatos, as concessões mais controversas de McCarthy incluem assumir um orçamento de dez anos que congela os gastos aos níveis de 2022, o que significaria um corte de recursos para as agências federais, e uma diminuição de 10% nos gastos destinados à defesa.

“Isto supõe um corte proposto de bilhões [de dólares] para a Defesa, o que acredito que é uma ideia horrível”, declarou no domingo o republicano Tony Gonzales, que representa o estado do Texas, à emissora CBS.

“Quando você tem Rússia e Ucrânia em conflito, uma ameaça crescente da China no Pacífico […] Como vou olhar para nossos aliados nos olhos e dizer, preciso que você aumente o seu orçamento de defesa, enquanto, ao mesmo tempo, os Estados Unidos vão diminuir o nosso?”, explicou.

‘Tudo’ sobre a mesa

Jim Jordan, um aliado de McCarthy apesar de fazer parte da liderança do Freedom Caucus, disse à Fox News que “tudo tem que estar sobre a mesa”, inclusive o financiamento para a luta da Ucrânia contra a invasão russa.

“Francamente, será melhor que também olhemos o dinheiro que enviamos à Ucrânia e digamos: ‘Como podemos gastar melhor o dinheiro para proteger os Estados Unidos?'”, alegou Jordan.

Os cortes agradariam a muitos conservadores fiscais, exceto que estes são, em grande medida, simbólicos, pois morreriam ao chegar ao Senado, controlado pelos democratas.

O Senado pode escrever sua própria versão da maior parte do pacote de regras se tiver objeções, o que provoca conversas de compromisso entre as duas casas do Congresso.

Segundo os relatos, McCarthy também concordou em dar ao Freedom Caucus uma grande influência sobre a condução diária da legislação, cedendo efetivamente poderes de liderança significativos a um grupo de extrema direita.

E tem planos para formar um novo subcomitê seleto destinado a investigar a “utilização do governo como arma” que focará nas investigações em curso do Departamento de Justiça sobre o ex-presidente Donald Trump (2017-2021), segundo o jornal The New York Times.

De acordo com os relatos, McCarthy também acordou uma reforma que permite que apenas um membro solicite uma votação para destitui-lo, de fato, uma espécie de “apólice de seguro Freedom Caucus” que permite à direita manter os pés do “speaker” no fogo sobre suas outras promessas.

O ex-comerciante só pode se dar ao luxo de perder quatro legisladores republicanos no máximo, supondo que todos os democratas votem contra o pacote proposto.

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