INE. Descontando efeito da inflação, despesa com alimentos está a cair desde o início do ano. Não acontecia desde o tempo do programa de austeridade da troika. Crescimento da economia continua no terceiro trimestre, mas abrandamento é muito expressivo.
O setor das famílias residentes em Portugal dá sinais de que algumas já estão a cortar na comida, mas, por causa da inflação elevadíssima, a despesa total com alimentação disparou na mesma e subiu mais de 13% no terceiro trimestre, o maior agravamento nas séries do Instituto Nacional de Estatística (INE), que remontam a meados dos anos 90.
Segundo a nova edição das contas nacionais do INE ontem divulgada e a que se referem estes dados, também o valor despedido em alimentação (ou seja, o valor nominal, a preços correntes, que conta com o efeito propulsor da alta inflação) atingiu um novo máximo nas séries oficiais, que remontam a 1995.
Já a despesa em alimentos medida em preços constantes (expurgando o efeito da inflação) capta a evolução do volume em comida e este está a afundar.
Esta última medida permite ver qual a evolução real do consumo de alimentos e aqui a tendência é claramente negativa há três trimestres consecutivos, diz o INE.
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