Dentro de um mês e meio, as portagens podem sofrer um dos maiores aumentos de sempre.
As concessionárias rodoviárias apresentaram ao Governo uma proposta de subida de 10,44%, o que significa aumentos que vão até dois euros por viagem nas autoestradas mais movimentadas. A viagem entre Lisboa e Porto pela A1 até ultrapassa esse valor, pois sobe 2,34 euros se o Governo não travar os aumentos. As concessionárias aceitam negociar.
As empresas que gerem as autoestradas já enviaram as propostas de aumentos para 2023 e o cenário não é animador para os utilizadores. Os contratos de concessão estabelecem que as atualizações têm de ser enviadas ao Governo até 15 de novembro e a eventual negociação decorre até 15 de dezembro, data em que o Governo fixa os preços.
Ao JN, a Ascendi informou que a proposta de aumento “resulta diretamente da aplicação dos termos previstos nos contratos de concessão”. Ou seja, é aplicado o aumento com base na inflação estimada pelo INE para outubro, sem habitação, que foi de 10,44%.
O diretor de comunicação da Brisa, Franco Caruso, revelou ao JN que esta empresa também propôs aumentos de 10,44%: “O preço das portagens para o próximo ano é calculado em função da inflação registada em outubro deste ano, retirando o efeito da habitação”. A empresa “mantém a disponibilidade para negociar com o Estado soluções mitigadoras”, afirma Franco Caruso, tal como o presidente da Brisa já tinha dito em julho.
Da mesma forma, a Ascendi recorda que “as receitas de portagens daquelas concessões são propriedade do Estado português, pertencendo ao Estado a faculdade de determinar o valor final das taxas a cobrar”.
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