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Sistemas inteligentes que melhoram a vida dos idosos

Carol LawCarol Law

Os “cuidados transfronteiriços a idosos” entre Hong Kong, Macau e outras cidades da área da Grande Baía têm sido explorados ao longo dos últimos anos. Apoiando-se em tecnologia, o Interior da China pretende ajudar parte da população a ter uma qualidade de vida melhor através de processos mais simplificados

São cada vez mais as pessoas que optam por passar a sua reforma na Grande Baía, à medida que as ligações entre as várias cidades da área se desenvolvem.

De acordo com notícias vindas do Continente, em finais de outubro de 2021, mais de 15 mil residentes de Hong Kong e Macau recebiam o seguro básico de velhice em Guangzhou (incluindo idosos que recebem também benefícios mensais para a terceira idade), sendo que 5.852 recebiam a reforma.

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Contudo, estão agora disponíveis um total de 15 serviços na aplicação móvel da segurança social de Guangdong, com ligações a 12 serviços de administração burocrática, que foi criada pela cidade de Guangzhou. Isto possibilita tratar de todo o tipo de burocracias em Hong Kong e Macau, num formato 100 por cento online.

Os residentes de Macau que concorreram ao seguro básico de velhice em Zhuhai, até finais de novembro de 2021, ultrapassavam os 33 mil, sendo que 11 mil estavam contabilizados no seguro básico de velhice para trabalhadores.Porém, o número de residentes de Macau em Zhuhai com direito a receber seguros de velhice e pensões mensais atingiu apenas 2.793.

A Internet tem vindo a auxiliar a população mais idosa, possibilitando que residentes de Hong Kong e Macau possam viver fora das suas cidades natais sem preocupações. Este segmento da população possui agora mais recursos e escolhas para a sua reforma, bem como uma melhor qualidade de vida.

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Porém, e apesar da China possuir a maior população idosa do mundo (mais de 260 milhões de pessoas acima dos 60 anos, de acordo com o último censos), o Centro de Informações de Rede de Internet da China (CNNIC), afirma que no final de 2021 apenas 11,3 por cento dos usuários online tinham mais de 60 anos.

Entre estes, apenas 23 por cento usam a Internet para comprar bens diários, sendo que só 20 por cento é capaz de encontrar informação online.

Um design mais user-friendly

De acordo com o jornal China Times, o Plano de Resolução de Problemas para Idosos Através do Usos de Tecnologia, publicado pelo Conselho de Estado em 2020, afirma que foram já introduzidas uma série de medidas neste sentido.

Por exemplo, em fevereiro do ano passado, o Ministério da Indústria e Informatização da China emitiu um comunicado para expandir a oferta de serviços inteligentes apropriados para idosos, encetar a adaptação de várias aplicações online e melhorar os serviços de telecomunicação para servir este público.

Em junho do ano passado, estes três padrões foram finalmente publicados e implementados em conjunto com requisitos técnicos para dispositivos móveis de idosos, num evento onde a Huawei, a Skyworth, a Oppo e a Xiaomi, juntamente com outras 10 empresas da área, se comprometeram a seguir novas normas e desenvolver serviços direcionados aos mais velhos.

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Por exemplo, a Vivo apresentou um sistema de controlo remoto que permite aos familiares de idosos controlarem o software dos telemóveis destes à distância, auxiliando-os a mostrar o código de saúde, a fazer o registo hospitalar e até a pedir táxis. As empresas de comércio online têm implementado ainda uma série de novas ferramentas para idosos. Além de disponibilizarem um tamanho de letra maior, dão resposta a
necessidades específicas deste público, como a compra de bens diários, alimentos e medicação, através de uma versão sénior de interface simplificada.

Muitas aplicações têm introduzido o “apoio ao cliente humano” para os mais idosos, oferecendo auxílio de uma forma mais conveniente e acessível. Outras tiram partido do reconhecimento inteligente e de ferramentas para simplificar o processo do uso destes dispositivos.

Na área dos transportes, algumas aplicações adicionaram uma ferramenta de “bilhete num clique”, mostrando nos mapas dos percursos vários espaços frequentados por idosos, como casas de banho públicas, elevadores, hospitais, bancos, supermercados e parques. Este bilhete sinaliza ainda percursos pedestres e rotas de transportes públicos de uma forma mais conveniente. Porém, várias análises salientam que a atual transformação destas aplicações não está a acontecer de forma uniforme, com várias “versões sénior” de nome diferente a confundirem os usuários.

Algumas oferecem a possibilidade de mudar para um “modo protetor”, mas de uma forma difícil de encontrar para os idosos. Muitos dos criadores destas interfaces são jovens, e por isso poderão não compreender as necessidades do público sénior. Estas versões não estão ainda completas e fornecem um número incompleto de ferramentas, o que reduz a sua utilidade.

Outros especialistas relembram ainda que esta adaptação implica ter em conta as necessidades do público e o desenvolvimento de serviços direcionados aos mesmos. O China Times cita ainda Zuo Meiyun, diretor do Instituto de Reforma Inteligente na Universidade Renmin, que refere o exemplo de uma família que alimentava um membro idoso
com a doença Parkinson, até descobrirem uma colher estabilizadora especificamente criada para esta patologia. O uso apropriado da tecnologia é a solução.

Podemos ser seletivos com a sua aplicação e preservar ao máximo a participação deste grupo na sociedade, refere.

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