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Deputados pedem utilização temporária de terrenos recuperados pelo Governo

Lusa

Os deputados de Macau pediram ontem ao governo que permita uma utilização provisória de terrenos recuperados recentemente, mas o secretário da área afirmou que o uso temporário acaba por ser “quase definitivo”

“Quando atribuímos uma finalidade temporária a um terreno, quem está a usar o terreno nunca quer sair e pergunta sempre ao governo: ‘para onde vou agora?'”, afirmou o secretário para os Transportes e Obras Públicas.

“Há situações de utilização temporária e nem um quer sair do terreno, ou devolver parte do terreno ao governo. É um uso temporário, mas acaba por ser quase definitivo. Por isso, temos que ter todo o cuidado na utilização dos terrenos”, explicou Raimundo do Rosário, em resposta a uma interpelação oral do deputado Che Sai Wang.

O deputado perguntou ao governo que utilização vai dar a mais de 718 mil metros quadrados de terrenos recuperados até 05 de outubro passado pelas autoridades, incluindo 51 lotes com uma área de 484 mil metros quadrados, com a população a pedir “mais locais para lazer e desporto” e instalações para associações de proteção animal.

Para o deputado, ainda não foi planeado nem desenvolvido qualquer projeto em muitas áreas recuperadas, levando à “existência de muitos terrenos baldios” em Macau, “cidade pequena e densamente povoada”, onde “cada centímetro de terra vale ouro”.

Raimundo do Rosário começou por explicar que o executivo quer manter uma reserva de terrenos a desenvolver à medida que for necessário.

“Não temos agora a intenção de desenvolver a toda a pressa cada parcela de terreno retomado. Foi lançado há pouco tempo o Plano Diretor [do território] e agora a nossa prioridade é concretizar planos de pormenor”, salientou.

Por outro lado, o governo indicou que pretende abrir parcialmente ao público, no final deste ano, o espaço da antiga fábrica de panchões – cartuchos de pólvora revestidos por papel vermelho queimados nos rituais do Ano Novo Lunar – Iec Ieong, na Taipa, com três edifícios que vão ser revitalizados para atividades culturais.

Do mesmo modo, o governo disse também que pretende avançar com a abertura ao público de algumas zonas do espaço, com 18.523 metros quadrados, dos antigos estaleiros navais de Lai Chi Vun, em Coloane.

Em dezembro de 2018, o Governo de Macau anunciou que ia avançar com a classificação dos antigos estaleiros navais, que considerou ser “um dos maiores legados do património industrial da construção naval da região do sul da China”.

Construídos a partir da década de 1950, os estaleiros “apresentam técnicas e métodos relacionados com a construção naval no final do século XX, revelando igualmente a organização e o modo de vida da comunidade da vila de Lai Chi Vun”, de acordo com as autoridades.

Atualmente, existem 12 estaleiros em Lai Chi Vun, de onde o último barco saiu há mais de uma década.

Dois foram demolidos, em março de 2017, por “razões de segurança”, e um outro ficou destruído em agosto do mesmo ano durante a passagem do tufão Hato, que causou dez mortos e 240 feridos no território.

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