Corrida contra gás russo pode piorar crise do clima - Plataforma Media

Corrida contra gás russo pode piorar crise do clima

Os países que estão correndo para substituir a importação de fontes de energia da Rússia, como gás e petróleo, por qualquer alternativa de combustível fóssil podem acabar acelerando a “destruição mutuamente assegurada” do mundo por meio da mudança climática, advertiu o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta segunda-feira (21).

Para ele, a estratégia das principais potências de buscar todas as opções energéticas possíveis para acabar com a importação de combustíveis fósseis da Rússia devido à invasão da Ucrânia poderia liquidar as esperanças de manter o aquecimento global sob controle. Ele afirmou que o mundo estava “andando como um sonâmbulo para a catástrofe climática“.

“Os países poderiam ficar tão consumidos pela lacuna de curto prazo no fornecimento de combustível fóssil que negligenciariam ou colocariam de joelhos as políticas para reduzir o uso de combustíveis fósseis”, disse em um vídeo em evento em Londres organizado pela revista The Economist. “Isso é uma loucura. O vício em combustíveis fósseis é uma destruição mutuamente assegurada.”

Destruição mutuamente assegurada é um conceito emprestado da doutrina militar, que descreve a situação em que dois inimigos têm bombas nucleares em número suficiente para se destruírem reciprocamente e, portanto, podem preferir optar por não utilizá-las.

A Alemanha, um dos maiores compradores de energia da Rússia, pretende aumentar suas compras de petróleo do Golfo e acelerar a construção de terminais em portos marítimos para receber gás natural liquefeito. Mas o país também busca acelerar a transição para fontes de energia renovável.

Nos Estados Unidos, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse no início do mês que a guerra na Ucrânia havia sido um motivo para os produtores americanos de petróleo e gás “irem buscar mais suprimento em nosso próprio país”.

Para Guterres, “em vez de frear a descarbonização da economia global, agora é o momento de acelerar rumo a um futuro de energia renovável”.

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