Ao discursar, em nome da comunidade lusófona, na 66ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CSW), que decorre, desde ontem, em Nova Iorque, Faustina Alves disse ser por isso que a CPLP reforçou a sua acção no combate à violência contra as mulheres e meninas, declarando a luta activa pela eliminação da violência baseada no género e no feminicídio e promovendo a tolerância zero em relação às mesmas.
A ministra apelou aos presentes que se juntem à CPLP neste percurso que tem vindo a trilhar, há já um quarto de século, na promoção e protecção dos direitos humanos de todas as mulheres e meninas, engajando homens e meninos nesta empreitada.
“Se educarmos os homens e os meninos, certamente estaremos a promover e a proteger as mulheres e as meninas, por forma a não deixar ninguém para trás”, considerou.
A CPLP, segundo Faustina Alves, reconhece que a de-sigualdade de género e as crises e desastres climáticos e ambientais estão entre os maiores desafios de desenvolvimento sustentável, afectando todo o planeta e todos os povos, com impactos desproporcionados nas mulheres e raparigas.
Manifestou a solidariedade da CPLP às famílias dos países que têm sido fortemente afectados pelas alterações climáticas, e que perderam os seus entes queridos e bens.
“As alterações climáticas e o seu impacto negativo devem ser encarados como um problema decorrente do desenvolvimento, com implicações ao nível de homens e mulheres, e relevante para todos os sectores (social, cultural, económico e político), tanto aos níveis nacional, regional e local, como mundial”, defendeu.
Faustina Alves disse ser necessário que todos os in-tervenientes empreendam “esforços concertados” para garantir que as medidas em matéria de alterações climáticas e de redução do risco de catástrofes tenham em conta as questões de género.
“Sem qualquer margem de dúvida, as mulheres possuem conhecimentos e capacidades inestimáveis, para além de serem eficazes agentes de mudança no tocante à mitigação das alterações climáticas e adapta-ção às mesmas, bem como à redução dos riscos de catástrofe e ao reforço da resiliência”, sublinhou.
Na óptica de Faustina Alves, iniciativas de recuperação e mitigação de desastres naturais promovem oportunidades claras para transformar as relações de género, que limitam a capacidade das mulheres e homens para antecipar, sobreviver, enfrentar e recuperar dos efeitos de catástrofes. Para usufruir dessas possibilidades, disse ser fundamental desenvolver e apoiar estratégias criativas com vista à redução do risco e promoção da mudança sustentada.
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