A atual crise de energia que a China enfrenta vai obrigar o país a acelerar as reformas no setor elétrico, apontou um especialista à agência Lusa, frisando a urgência em adoptar medidas para reduzir as emissões
“O que me parece é que, com esta crise, a China vai ter que acelerar o processo de reforma do setor elétrico e do setor energético”, diz Renato Roldão, especialista português em alterações climáticas a viver em Pequim desde 2008, e atual vice-presidente da consultora norte-americana Inner City Fund (ICF) International para a China e Europa.
“Algumas pessoas dizem que esta é, de facto, uma das primeiras crises deste momento de transição para fontes de energia renovável”, frisa.
No caso da China, a reforma passa por liberalizar os preços da eletricidade para as indústrias, pondo fim aos limites impostos pelos reguladores, e acrescentar custos consoante as emissões de carbono da fonte utilizada na geração de energia, explica Roldão.
“Nessas situações, a forma de despacho na eletricidade é diferente, ou seja, o que chamamos em Portugal a ordem de mérito”, descreve.
Neste cenário, os preços adicionais cobrados pela emissão de gases com efeito de estufa encarecem o carvão, relativamente ao gás natural, e este último em relação às renováveis.
O carvão, que é a fonte de energia mais poluente, continua a fornecer cerca de 60% da produção de eletricidade da China.
Nas últimas semanas, o país asiático enfrentou cortes de energia, que interromperam a produção industrial em várias províncias importantes.
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