As eleições presidenciais, legislativas e o referendo constitucional previstos para novembro e janeiro no Haiti foram adiados por prazo indeterminado, após a destituição de membros do corpo eleitoral pelo governo nesta segunda-feira (27), ampliando a crise do país
O Haiti está em crise ecom eleições adiadas. Desde a nomeação em 2020 do presidente Jovenel Moise, assassinado em 7 de julho na sua residência por um comando armado, que os nove membros do Conselho Eleitoral Provisório (CEP) têm sido duramente criticados pela oposição e por membros da sociedade civil.
Depois de ter elaborado vários calendários eleitorais ao longo do ano, o CEP fixou o dia 7 de novembro para a realização do primeiro turno das eleições presidenciais e legislativas, assim como de um referendo constitucional. O segundo turno foi marcado para 23 de janeiro de 2022, junto com as eleições municipais e locais.
Mas o primeiro-ministro Ariel Henry anunciou nesta segunda a destituição dos membros do CEP e a nomeação de um novo conselho, sem definir datas claras.
O assassinato de Moise em julho aprofundou a crise institucional em que o Haiti está mergulhado há anos. Antes de sua morte, o presidente era criticado por não ter organizado eleições desde que assumiu o cargo, em fevereiro de 2017.
Por falta de eleições, o Parlamento haitiano não tem deputados desde janeiro de 2020, e apenas 10 dos 30 senadores – cujo mandato terminou em fevereiro de 2023 – ainda ocupam os cargos.
A ausência de qualquer agenda eleitoral enfraquece a classe política, decomposta e confrontada, enquanto o país enfrenta uma forte crise humanitária e de segurança.