Relativamente aos atrasos no leilão de 5G no Brasil, o ministro das Comunicações brasileiro afirmou na segunda-feira que o país deverá ter um prejuízo de 100 milhões de reais (16,2 milhões de euros) por dia.
Em causa está uma decisão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) brasileira que adiou, na segunda-feira, a votação da versão final do edital do 5G no Brasil, após um pedido do conselheiro Moisés Queiroz Moreira, argumentando que precisa de mais tempo para analisar o processo.
“Realmente, pegou-nos (de surpresa). Foi um pedido altamente inesperado, por uma série de razões. A primeira é que o edital do 5G está na Anatel desde outubro de 2019. Foi aprovado pelos cinco votos dos cinco conselheiros da Anatel. Depois foi para o TCU [Tribunal de Contas da União]. Foi aprovado por 7×1 no TCU”, alegou Fábio Faria durante uma conferência de imprensa em Brasília.
“O TCU [órgão fiscalizador do Estado brasileiro] fez algumas recomendações, não determinações. Normalmente, quando o processo volta para a Anatel, eles vão debruçar-se em cima do que foi falado no TCU. Não em temas que já tinham sido debatidos exaustivamente dentro da própria Anatel e com os votos dos cinco conselheiros”, acrescentou o ministro.
Segundo Faria, o prejuízo resultante da demora em aprovar o 5G no Brasil é de 2,8 mil milhões de reais (450 milhões de euros) por mês, ou cerca de 100 milhões de reais por dia.
Portugal também tem o leilão de 5G atrasado: Já lá vão seis meses desde o início do leilão mas ainda sem sinal do 5G
“Já entramos em contacto com ele [conselheiro Moisés Moreira] e estamos aguardando as perguntas, os questionamentos, que poderiam ter sido feitos antes da votação”, frisou o governante.
“Espero que as perguntas sejam pertinentes. Responderemos em 24 horas, pois sabemos da importância do leilão e não iremos perder o prazo. Não podemos perder essa oportunidade. O agro, a indústria, todos precisam do 5G. Hoje, há 40 milhões de brasileiros sem celular [telemóvel]. Peço e clamo ao relator que envie [as perguntas] o mais rápido possível, para termos logo a votação do 5G”, sublinhou.
O Governo espera poder realizar o leilão dos direitos de oferta do serviço de telecomunicações móveis 5G no Brasil em outubro, para que pelo menos as cidades capitais tenham o serviço em julho de 2022, três meses antes das eleições presidenciais.
Além de permitir uma velocidade de ‘download’ vinte vezes superior à atualmente oferecida pelo 4G, a quinta geração oferece menor latência e uma conexão mais estável.
O leilão 5G concederá direitos a quatro diferentes bandas de radiofrequências (700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHZ e 26 GHz), o que, por ser um país com dimensões continentais e um mercado de 212 milhões de habitantes, torna o concurso num dos maiores do mundo no setor.