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Elefantes regressam a casa

Mei Mei Wong

Na província de Yunnan, no sul da China, um grupo de 16 elefantes asiáticos participou numa rara excursão fora do seu habitat natural em Sipsong Panna. Afastaram-se mais de 1 300 quilómetros de casa durante 110 dias, obrigando o governo local a evacuar mais de 150 mil pessoas.  

Após cinco meses de alimentação e orientação da manada, os elefantes estão finalmente de regresso ao sul. O departamento encarregue de monitorizar o grupo reportou que, a 8 de agosto, a manada chegou à costa Sul do rio Yuan, estando assim a aproximar-se do seu habitat natural.  

Segundo a agência Xinhua, durante o mês de março de 2020, os elefantes asiáticos afastaram-se de uma das áreas protegidas de Mengyang, passando pela cidade de Jinhong, em Sipsong Panna, e pelo município de Jinggu Dai e Yi, em Puer. No mês de novembro, chegaram ao município de Mojiang, onde uma das fêmeas deu à luz. Depois de cinco meses no município, migraram para norte, no dia 16 de abril.  

No dia 6 de junho, um jovem elefante de 10 anos, de 1,8 toneladas e com 1,90 metros de altura, afastou-se do resto da manada. Passou por várias regiões de Yunnan, dependendo maioritariamente de ajuda humana e de visitas a aldeias para se alimentar. Durante 32 dias, a 72 quilómetros dos restantes, o elefante esteve sozinho, tendo sido sedado e transferido para o seu habitat natural.  

Com o rápido crescimento da população de elefantes selvagens em Yunnan, deve-se assistir a outras migrações de elefantes asiáticos no futuro. Shen Qinzhong, engenheiro no Departamento de Administração e Conservação da Reserva Natural de Sipsong Panna, em Yunnan, afirma que “para os elefantes asiáticos que se alastraram desde o rio Amarelo até ao Planalto Yunnan–Guizhou, a migração é um comportamento normal. Estas deslocações ajudam os elefantes selvagens a encontrar novos habitats”. 

Até agora não houve nenhuma vítima durante a migração, mas qual a razão para a deslocação para norte? Zhang Li, membro do grupo de especialistas em elefantes asiáticos da Comissão de Sobrevivência de Espécies da União Internacional para Conservação da Natureza e Recursos Naturais (IUCN na sigla inglesa), salienta que a perda de dimensão e qualidade do habitat natural é a principal causa da migração dos elefantes da reserva de Sipsong Panna. Muitas áreas florestais de Sipsong Panna têm sido transformadas em espaços para cultivo de chá ou árvores de borracha. A procura por um maior desenvolvimento económico reduziu em grande parte as áreas florestais onde estes elefantes habitavam.  

A população de elefantes asiáticos na China está principalmente distribuída por Sipsong Panna, Puer e Lincang, e está sob proteção há 30 anos. Na década de 80, havia apenas 193 elefantes asiáticos na região. Atualmente, o número cresceu para 300 espécimes. 

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