Início » O mercado financeiro como intermediário

O mercado financeiro como intermediário

Wendi Song

A”II Semana Financeira Shizimen” decorreu na passada segunda-feira no Centro Internacional de Convenções e Exposições de Zhuhai, com a “Integração e desenvolvimento da indústria e do mercado financeiro” como tema principal. O evento juntou cerca de 300 peritos em mercados financeiros, como Huang Qifan e Ba Shu song, para discutir formas de explorar o desenvolvimento integrado de indústrias inanceiras em Hengqin e novos modelos de desenvolvimento de cooperação entre Zhuhai e Macau.

Para Yan Wu, vice-presidente da Câmara de Zhuhai, o novo distrito de Hengqin está a ser desenvolvido para servir Macau, tendo como principal objetivo criar condições mais diversificadas para o desenvolvimento das indústrias da cidade. Por isso este encontro procura criar uma plataforma onde Zhuhai e Macau possam fortificar e desenvolver a cooperação no setor financeiro. Os peritos lançaram sugestões para novas modalidades de inovação que podem ser desenvolvidas em Hengqin, assim como novas possibilidades de cooperação entre Zhuhai e Macau.

Huang Qifan, vice-presidente do Centro de Intercâmbio Económico Central Chinês, defendeu que o desenvolvimento financeiro de Hengqin se focou num ponto importante: a cadeia industrial da área financeira, tendo até ao momento já sido lançadas várias medidas. Porém, ressalvou, o desenvolvimento exige, primeiramente, uma cadeia industrial e um volume de mercado fortes na base. Huang sugeriu, por isso que Hengqin procure ganhar força nos seis campos de comércio internacional: reexportação, comércio offshore, de exposições, de serviços, online transfronteiriço e digital, os quais servirão de guia para o desenvolvimento das várias indústrias de Macau.

Já Ba Shusong, economista na Associação Bancária Chinesa e diretor executivo da Hong Kong Exchanges and Clearing Limited, falou sobre o desenvolvimento financeiro de Zhuhai e Macau segundobo planeamento da Área da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Sobre como ajudar Macau e Zhuhai a en- contrar um lugar no plano, Ba identificou haver 11 áreas possíveis que incluem o desenvolvimento do comércio em RMB em países de língua portuguesa. A ideia será promover uma ligação entre o mercado offshore de Macau e o mercado financeiro transfronteiriço de Zhuhai, o desenvolvimento de derivativos no mercado financeiro Zhuhai-Macau, dominado pelo ouro e outras mercadorias, e a transformação do mercado tradicional de Macau num mercado com caraterísticas especificamente financeiras.

Ba sugeriu que pode também ser criado um sistema de seguros de créditos comerciais na região para apoiar o desenvolvimento de bens e serviços no mercado financeiro de Macau, promovendo também a coordenação destes mercados entre Macau e Hengqin, e criando um centro industrial de financiamento ecológico. O economista disse acreditar que é possível a promoção de um desenvolvimento coordenado de Macau e Zhuhai, ao diminuírem-se as barreiras de entrada a instituições financeiras de Macau.

O especialista acrescentou que a construção de um mecanismo para o mercado nacional e internacional financeiro de Macau pode promover transações transfronteiriças de ativos não rentáveis e uma maior coordenação de tecnologias financeiras, além da exploração do mercado das moedas digitais.

Em relação ao desenvolvimento de instituições especiais financeiras em Zhuhai e Macau, Ba defendeu que os respetivos limites e restrições devem ser reduzidos para promover um maior crescimento das mesmas. Salientou igualmente que o novo distrito de Hengqin é um local de extrema relevância para a exposição de instituições de Guang dong e Macau e que, desde que a abertura deste setor financeiro nacional foi acelerada, já foram superadas em várias áreas as expetativas, segundo o CEPA (Acordo de Parceria Económica Reforçada).

Ba Shusong sugeriu também que seja adotadana Área da Grande Baía o sistema aplicado na União Europeia de “uma única passagem” para instituições financeiras. As entidades reguladoras de Guangdong, Hong Kong e Macau seriam as responsáveis em concedertal passagem às devidas instituições. Outra ação a considerar, acrescentou, poderá também ser a criação de uma “economia de enclave em Hengqin sob a responsabilidade de Macau para cooperação financeira. Falou ainda na possibilidade de serem criadas comissões independentes dedi- cadas ao setor financeiro e à cooperação dentro desta área, constituídas por peritus com experiência em Macau para ajudar a indústria Macau-Zhuhai.

Para Ba, deve também existir um apoio legal ao desenvolvimento coordenado do sistema financeiro entre as duas regiões, tal como uma melhoria da cooperação a nível de construção de infraestruturas e desenvolvimento de talentos, aumentando a capacidade de inovação e financiamento de ambas as cidades.

A “Segunda Semana Financeira Shizimen” foi apoiada pelo Governo de Zhuhai e organizada pelo Comité de Administração do Novo Distrito de Hengqin, pelo Banco Internacional de Ideias da Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” e pela Associação das Empresas Chinesas de Macau. Segundo a informação partilhada na conferência, Zhuhai conta atualmente com 6.750 empresas do setor financeiro, com os bens financeiros a atingir um total de 981 mil milhões RMB.

Das instituições financeiras de Zhuhai, 90 por cento estão localizadas em Hengqin, com uma gestão de investimento a ultrapassar os 2,4 biliões RMB, demonstrando uma tendência positiva e o desenvolvimento de um ecossistema financeiro diversificado, constituído por empresas/compamnhias, tanto tradicionais como emergentes.

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!