Pequim deverá anunciar brevemente que a população chinesa diminuiu pela primeira vez em cerca de 60 anos, para menos de 1,4 mil milhões de habitantes, dá conta o Financial Times
De acordo com a publicação financeira, os censos mais recentes feitos ao país mais populoso do mundo deverão revelar um declínio para menos de 1,4 mil milhões de habitantes.
Contudo, o Financial Times não referiu de quanto será o declínio populacional, que a confirmar-se será a primeira vez que a China regista um decréscimo na população em quase seis décadas.
O Financial Times acrescentou que a divulgação do relatório que corroborará esta informação deveria ter ocorrido no início de abril, mas foi adiada.
Pequim utiliza a referência de 1,4 mil milhões de habitantes desde 2018. O declínio populacional será o primeiro desde 1960/1961, que, na altura, foi motivado pela Grande Fome (entre 1958 e 1961). Em 1960 a população diminuiu em dez milhões e no ano seguinte em 3,4 milhões, mas voltou a aumentar 14,4 milhões em 1962, segundo as estatísticas oficiais.
Vários analistas especulam que um declínio na população chinesa poderá ter repercussões drásticas na economia do país e na maneira como é encarada por outras nações, nomeadamente os Estados Unidos da América, o principal ‘adversário’ ocidental no contexto geopolítico internacional.
Em 2015, o Partido Comunista Chinês anunciou o fim da apelidada “política de uma só criança” – uma medida de controlo populacional que estava a ser utilizada desde 1970 e que impedia os casais nacionais de terem mais do que um filho, sob a pena de enfrentarem sanções -, permitindo às famílias ter dois filhos.
O Governo chinês deverá aumentar gradualmente a idade para a reforma, o que poderá significar que a força laboral mais jovem do país não consegue suportar a reforma dos trabalhadores mais velhos na idade atualmente estipulada, explicita um investigador associado às instâncias governamentais.
A idade da reforma durante as últimas quatro décadas permaneceu igual: 60 para os homens e 55 para as mulheres.