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Artistas, políticos e organizações pedem a Biden que negue verbas a Bolsonaro para ambiente

Artistas, políticos e organizações têm divulgado várias cartas endereçadas ao Presidente norte-americano, Joe Biden, alertando para que não assine acordos com o seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, para transferência de verbas em prol do ambiente.

Uma dessas cartas é assinada por atores internacionais como Alec Baldwin, Joaquin Phoenix, Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo e Orlando Bloom, além dos cantores Katy Perry e Roger Waters, na qual pedem que Biden não feche um acordo com o executivo de Bolsonaro enquanto não ocorrer uma redução efetiva da desflorestação na Amazónia brasileira.

Também os artistas brasileiros Caetano Veloso, Fernando Meirelles, Marisa Monte, Sonia Braga e Wagner Moura fazem parte dos signatários do documento.

“Escrevemos para você, hoje, como artistas e músicos dos Estados Unidos e do Brasil para expressar o nosso apoio e solidariedade aos Povos Indígenas e organizações da sociedade civil na Bacia Amazónica —e ao redor do mundo— que expressaram profunda preocupação em relação a possíveis acordos ambientais com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro”, diz a carta, endereçada a Biden e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo.

“Desde que Bolsonaro assumiu o cargo, em janeiro de 2019, a legislação ambiental foi sistematicamente enfraquecida e as taxas de desflorestação triplicaram. As terras indígenas, que são as mais protegidas da Amazónia, foram invadidas, desflorestadas e queimadas impunemente. Os direitos dos povos indígenas, guardiões da floresta, foram violados por Bolsonaro e seu Governo”, denuncia o texto.

Os artistas dizem estar preocupados com a possibilidade de o Governo de Biden estar a negociar um acordo de proteção da Amazónia com Bolsonaro.

“Embora estejamos aliviados que a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, tenha declarado recentemente que não haveria nenhum acordo bilateral anunciado na Cimeira do Clima no Dia da Terra, ainda estamos apreensivos”, frisaram.

“Nós nos (…) pedimos o seu Governo que rejeite qualquer acordo com o Brasil até que a desflorestação seja verdadeiramente reduzida, os direitos humanos sejam respeitados e a participação significativa da sociedade civil seja atendida. Compartilhamos suas preocupações de que ações urgentes devem ser tomadas para enfrentar as ameaças à Amazónia, ao nosso clima e aos direitos humanos, mas um acordo com o Bolsonaro não é a solução”, reforça o documento.

Numa outra carta aberta endereçada às autoridades que participarão na Cimeira do Clima, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos D.Paulo Evaristo Arns denunciou a paralisação de milhões de reais do Fundo Amazónia, o avanço de mineração ilegal e da desflorestação, entre outros problemas que atingem a região e pelos quais, segundo os signatários, Bolsonaro é o responsável.

De acordo com a Comissão, Bolsonaro “coloca em dúvida a realidade da mudança climática, ameaça a retirada do país do Acordo de Paris, questiona evidências científicas, demoniza ambientalistas e ativistas de direitos humanos, desdenha das tradições culturais dos povos indígenas e confraterniza publicamente com praticantes de diferentes ilícitos”.

O documento é assinado por professores universitários, investigadores, economistas, ex-ministros e um líder indígena.

A Cimeira do Clima, organizada por Joe Biden, ocorrerá nas próximas quinta e sexta-feira.

Para a cimeira virtual, Biden convidou 40 líderes mundiais, incluindo Jair Bolsonaro e os chefes de Estado chinês e russo, Xi Jinping e Vladimir Putin.

Numa carta enviada na semana ao Presidente norte-americano, Bolsonaro comprometeu-se em acabar com a desflorestação ilegal no seu país até 2030 e a antecipar para 2050 o objetivo de longo prazo de alcançar a neutralidade climática, dez anos antes da data anteriormente assumida.

Contudo, várias organizações pedem que Biden exija ao Brasil planos a curto prazo.

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