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Satélite com sensores para deteção de dióxido de carbono

Ren Qinqin

O primeiro satélite de monitorização atmosférica ativa equipado com tecnologia LIDAR (Light Detection And Ranging) para deteção global de dióxido de carbono será lançado pela China em julho de 2021, para uma medição precisa e diária dos níveis de carbono atmosféricos.

Zhang Xingying, Diretor do Centro Nacional de Satélites Meteorológicos e membro do Comité Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, esclareceu em declarações à Agência Xinhua que após seis anos de trabalho (projeto aprovado em janeiro de 2015) e desenvolvimento, a partir de 2017, o lançamento do satélite equipado com tecnologia inovadora está previsto para o segundo semestre de 2021.

Segundo a apresentação do diretor, o satélite de monitorização atmosférica LIDAR conseguirá ter acesso à informação de distribuição vertical do dióxido carbono, nebulosidade e aerossóis através de um sistema que deteta a reflexão e absorção da luz.

A China já lançou com sucesso três satélites de deteção de gases de efeito de estufa desde 2016: o TanSat, para monitorização do dióxido de carbono na atmosfera da Terra, o satélite meteorológico Fengyun-3 e o satélite Gaofen-5. Segundo esclareceu, em satélites com sensores passivos de gases de estufa, fatores como nebulosidade, aerossóis e diferentes latitudes limitam a validade dos dados recolhidos, uma vez que a precisão é afetada pelas superfícies onde a luz é refletida e pela dispersão atmosférica da mesma. Isso significa que apenas é possível fazer as medições durante o dia, com luz do sol, e não estão cobertos simultaneamente os dois polos, tornando reduzida a respetiva eficiência.

Em comparação com sensores passivos remotos, o sistema ativo LIDAR é menos suscetível à influência de nebulosidade e aerossóis, explicou Zhang. Os lasers emitidos são pequenos e possuem uma resolução espacial elevada. Ou seja, não dependem da luz do dia e podem ser observados também durante a noite. Estes sensores ativos conseguem obter valores atmosféricos a diferentes altitudes, possibilitando observações mais fiáveis. Todavia, a construção de satélites com sensores ativos LIDAR de alta precisão e a tecnologia de processamento de dados apresentam grandes desafios. Zhang Xingying adiantou que o novo satélite chinês de monitorização atmosférica, em órbita heliossíncronica, com 14 orbitas diárias à volta da Terra, consegue obter dados sobre níveis atmosféricos globais de dióxido de carbono, nebulosidade e aerossóis, possibilitando a monitorização, prevenção ou atenuação de consequências de desastres naturais e até respostas a alterações climáticas. “Estes satélites [de monitorização atmosférica] irão não só beneficiar a China, como todo o mundo, oferecendo apoio científico e tecnológico para ajudar a proteger o planeta Terra”, assegurou.

Em 2020 a China afirmou que o objetivo do país é atingir o pico de emissões de dióxido de carbono até 2030, procurando depois a neutralidade de carbono até 2060.

Durante o 14º Plano Quinquenal foi anunciado o plano de lançamento sucessor do satélite Fengyun-3 para conduzir uma missão de deteção de gases de efeito de estufa com um sensor passivo hiperespectral. A Agência Espacial Nacional projetou lançar um outro satélite hiperespectral equipado com sensores de gases de efeito de estufa e um satélite de alta precisão com sensores ativos LIDAR e sensores passivos. Estes satélites irão estar todos coordenados, criando uma rede chinesa de monitorização de níveis de carbono na atmosfera.

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