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Autoridades criam incentivos para travar viagens

Chen Mengyang, Sun Renbin, Chen Shanguing

Desde o início do inverno que a China tem registado vários casos esporádicos de Covid-19 e alguns pequenos surtos locais espalhados por diferentes regiões do país, voltando a complicar a batalha contra o vírus.

O pico de viagens que está prestes a chegar é conhecido como a maior migração anual do mundo e, para prevenir o risco de propagação do vírus com esta movimentação em massa, diferentes entidades governamentais têm avançado com políticas de incentivo para cidadãos evitarem viajar nesta época. 

A Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional, juntamente com outras 11 entidades governamentais, emitiu uma série de diretrizes onde é recomendado que tanto empresas como o próprio Governo incentivem a que não se viaje.

O Conselho de Estado emitiu um aviso sobre prevenção e controlo da propagação da Covid-19. O Ano Novo do Calendário Lunar é a celebração mais importante para o povo chinês. “Regressar a casa para passar o ano” é uma tradição, sendo por isso relevante que o Governo não promova estas deslocações.

A compreensão e cooperação dos cidadãos não está apenas na prevenção da propagação do vírus, mas também numa série de medidas executadas pelo Governo em várias regiões do país.

A entidade de prevenção e controlo epidémico da cidade de Hefei, em Anhui, publicou um aviso em que incentiva os residentes a pedirem férias fora deste pico habitual e a trabalhar durante o Ano Novo, garantindo assim que ficam em Hefei.

Em Yiwu, província de Zhejiang, o Governo ofereceu benefícios como redução de renda, serviços médicos e descontos no setor do turismo e cultura, para que a população fique na cidade durante as festividades. Disponibilizou ainda dados móveis grátis para que os trabalhadores que estão longe de casa possam realizar videochamadas. Algumas empresas enviaram presentes às famílias dos funcionários. 

Quanzhou, na província de Fujian, emitiu vales de 200 RMB para trabalhadores que não são naturais da cidade. Os trabalhadores que decidirem ficar em Quanzhou durante esta data receberão ainda um certificado e um subsídio de outros 500 RMB.

Já a cidade de Suzhou, em Jiangsu, propôs que mais de 10 famosos pontos turísticos, incluindo o Jardim do Administrador Humilde, tenham entrada gratuita para trabalhadores longe de casa durante o Ano Novo Chinês. Quem quiser pode reservar uma visita guiada gratuita através de telemóvel. Os Jardins Clássicos de Suzhou ofereceram ainda atividades online e offline, incluindo imagens de flores, música e mensagens de Ano Novo.

“Eu e vários colegas decidimos não regressar a casa para passar o ano. Vou fazer uma videochamada com a família e desejar-lhes um bom ano”, disse Ye Shoulin, trabalhador na construção da linha de metro nº7 em Hefei, Anhui.

Apesar de incentivarem a que não se viaje, governos a todos os níveis têm também ajudado aqueles que, por razões excecionais, precisam de regressar a casa, incluindo testes de nucleico obrigatórios antes da viagem e sugerindo ligações diretas.

Com o desenvolvimento contínuo da economia e, segundo estatísticas ainda incompletas, a China conta com 280 milhões de trabalhadores migrantes. Manter um grande número de “trabalhadores migrantes” longe de casa é, agora, um “novo desafio”.

“O ´Ano Novo sem regresso a casa´ representa novas exigências para o mercado, segurança social e segurança na produção e transportes, que requerem novas medidas e organização das autoridades administrativas das cidades e dos empregadores”, admitiu Zhang Sining, da Academia de Ciências Sociais de Liaoning.

Li Liufeng, diretor-geral do Hotel Huafu, em Shenyang, observou também aqui uma nova oportunidade de negócio com aqueles que não viajam.

“A pandemia leva a que vários trabalhadores não regressem a casa para passar o ano. O nosso hotel tem refeições pré-preparadas para o jantar de Ano Novo, as quais deverão ser bastante populares entre os mais jovens”, indicou.

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