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Cabo Delgado: Forças moçambicanas dão como seguro regresso a Quissanga

As Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas dão como seguro o regresso da população a Quissanga, uma das vilas de Cabo Delgado que tinha sido ocupada por rebeldes em março.

“É possível regressar”, referiu Bernardino Rafael, comandante-geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), citado hoje pela rádios e televisões estatais durante uma visita realizada na sexta-feira àquela vila.

Na visita com vários elementos das FDS e autoridades locais foi avaliado o grau de destruição que levou à fuga generalizada da população daquela povoação a 100 quilómetros de Pemba, capital provincial.

Quissanga está agora afastada da zona onde se têm concentrado os confrontos nos últimos oito meses, zona de conflito situada 200 quilómetros a norte, abrangendo Muidumbe e Mocímboa da Praia – vila, esta última, ainda sob controlo de rebeldes, segundo a mais recente informação prestada por uma comissão parlamentar.

O regresso a Quissanga pode ser um desafio, mas é preciso reocupar o território, referiu Bernardino Rafael.

“É desafiante, sim, mas o nosso desejo é ver Quissanga reerguida e a funcionar. Atender esses populares” em aldeias circunvizinhas “e os outros também podem regressar porque algumas casas nem foram mexidas, estão bem”, acrescentou.

“A verdade é uma: o terrorismo está lá, nós temos de o confrontar”, disse o comandante-geral da PRM, classificando a tarefa de enfrentar a violência como um desafio, da mesma maneira como estão “a desafiar outros fenómenos, até de doenças”.

As autoridades locais estimam que 45.000 pessoas tenham fugido de Quissanga durante a invasão por rebeldes em março.

A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

A província onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.

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