Cozinheiros de restaurantes com três estrelas Michelin no Guia Espanha e Portugal defenderam esta segunda-feira que a cozinha de alto nível continuará a existir, bem como a procura de clientes nacionais e estrangeiros, apesar da pandemia de covid-19.
“A alta restauração continuará a ser a representação da cozinha de excelência. É um modelo de alta competição, continua a ser um polo de atração para os clientes que vêm de longe e reservam com antecedência”, afirmou Jordi Cruz (restaurante ABaC, Barcelona), um dos 11 ‘chefs’ de restaurantes com três estrelas Michelin, todos em Espanha, intervindo num debate, transmitido ‘online’, sobre o futuro da gastronomia no contexto da pandemia.
Jordi Cruz reconheceu que os cozinheiros podem aproveitar o contexto atual “para refletir” sobre novos projetos e “fazer outras coisas”, mas advertiu que não se deve estar sempre à procura da mudança: “O que agora tem de passar é esta pandemia e temos de sobreviver”.
“Vai haver excelência e mais que nunca”, perspetivou Martín Berasategui, o ‘chef’ com mais estrelas Michelin, somando 12, incluindo uma em Portugal com o Fifty Seconds, em Lisboa.
Destacando que há espaço para todos os tipos de projetos, do restaurante de comida popular à alta cozinha, apontou a nova geração de cozinheiros, que, disse, irá garantir “cada vez mais excelência”.
“Quem é beneficiado é o cliente”, comentou Berasategui.
David Muñoz (DiverXo, Madrid) defendeu que a “excelência tem um percurso” e considerou que “os parâmetros da excelência não estão a mudar”.