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Governo timorense aprova ligação de fibra ótica submarina à Austrália

O Governo timorense anunciou hoje ter aprovado o projeto de ligação digital de Timor-Leste por cabo submarino de fibra ótica ao norte da Austrália.

A decisão, sobre a qual o Governo não avançou detalhes, foi tomada na reunião do Conselho de Ministros e divulgada em comunicado.

O Governo “deliberou, sob proposta do vice-primeiro-ministro e ministro do Plano e Ordenamento, José Maria dos Reis, proceder com o projeto de ligação digital de Timor-Leste, através de cabo submarino de fibra ótica, às cidades de Darwin e Port Hedland” na Austrália, indicou.

José Reis tinha dito à Lusa, em outubro, que essa opção era a preferida do Governo, com o projeto a representar um investimento de entre 40 e 60 milhões de dólares (entre 34 milhões e 51 milhões de euros).

No que se refere às questões técnicas, há três opções de conexão: até Suai, na costa sul, e depois por terra até Díli, por mar diretamente até Díli ou então com dois postos de conexão, um em Suai e outro em Díli, explicou, na altura.

“A opção para Suai e depois até Díli é de cerca de 875 quilómetros, mas se for diretamente a Díli é de cerca de 600”, disse.

Relativamente à modalidade de investimento, José Reis explicou que o custo estimado de “entre 40 e 60 milhões de dólares [34 a 51 milhões de euros]” pode ser financiado a 100% pelo Governo de Timor-Leste, com base na transferência de uma licença da Austrália, ou então em modelo misto, com 80% do custo de Timor-Leste e os restantes da Austrália.

Consoante as opções finais, o projeto poderá estar concluído em setembro de 2022 ou, em alternativa, em meados de 2023.

Finalmente, o Governo está ainda a ver as questões jurídicas, já que “será a primeira ligação de fibra ótica ao país e é preciso haver uma base legal para isso”.

José Reis salientou que o Governo está a considerar também as questões “políticas, de segurança e soberania”, tema que vai ser analisado pelo executivo, bem como a modalidade de gestão e posterior acesso dos operadores ao cabo.

“Este é um assunto da máxima importância. É pertinente e ajudará a reduzir os custos no país”, afirmou.

José Reis disse que o Governo está em contacto com o Vocus Group para estudar as alternativas de desenho da ligação.

A opção assenta numa proposta apresentada pelo Vocus Group, a quarta maior empresa de telecomunicações australiana, que esteve em Timor-Leste em março de 2019 a apresentar alternativas e cenários ao atual Governo.

Segundo a empresa australiana, os operadores em Timor-Leste gastam 12 milhões de dólares por ano na compra de acesso à rede internacional através de satélite, com esse valor a ser multiplicado depois nos custos para os clientes, que têm velocidades lentas e instáveis.

A rede Vocus inclui, entre outros, um cabo que liga a cidade australiana de Perth a Singapura e um outro que conecta aquele até Port Heldand, no noroeste da Austrália, e continua depois até Darwin, passando ao lado da fronteira no mar de Timor.

A partir daquele último, o North Western Cable System (NWCS), seria possível uma ligação por cabo submarino, de 250 quilómetros, até ao sul de Timor-Leste.

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