Início Angola Autoridades de saúde elogiam suspensão de aulas presenciais na Escola Portuguesa de Luanda

Autoridades de saúde elogiam suspensão de aulas presenciais na Escola Portuguesa de Luanda

O secretário de Estado angolano para a Saúde Pública, Franco Mufinda, elogiou a decisão de a Escola Portuguesa de Luanda (EPL) suspender as aulas presenciais, após diagnóstico de uma aluna com covid-19.

A decisão da EPL foi recebida com “surpresa e desagrado” pelo ministério da Educação de Angola, mas bem acolhida pelas autoridades de saúde.

“A nossa vida depende muito do comportamento da doença, o que há de ser amanhã vai depender do que fazemos hoje”, disse Franco Mufinda hoje em Luanda aos jornalistas, considerando que a atitude da escola é de “aplaudir”, tendo em conta que foi registado um caso.

“O que se deve fazer é encerrar as escolas”, sublinhou o responsável da Saúde, destacando que quando há mais alunos “o que é expectável é que haja casos”.

“As evidências que temos, decorrentes do estudo que realizámos, em alunos que vieram das suas casas, revelaram, pelo menos, exposição de alunos à SARS Cov2 [novo coronavírus]. Sendo assim, a orientação para as escolas é, quando há casos, suspender”, disse Franco Mufinda.

A Escola Portuguesa de Luanda anunciou num comunicado, divulgado no sábado através da sua página da internet, que na primeira semana de regresso às aulas presenciais “um elevado número de alunos não compareceu”, revelando “insegurança por parte expressiva dos pais”, apesar de terem sido adotadas todas as medidas de segurança e prevenção, pelo que decidiu regressar ao regime não-presencial a partir de hoje.

Além disso, foi registado um caso positivo de uma aluna da escola.

 A decisão foi recebida com “surpresa e desagrado” pelo Ministério da Educação angolano que referiu, também em comunicado, que a decisão tomada pela instituição portuguesa não vincula o órgão governamental angolano, que atestou o cumprimento dos requisitos pedagógicos e de biossegurança na escola.

Na opinião do Ministério da Educação, o registo de um caso positivo de covid-19 em uma aluna “não é elemento bastante para decidir suspender o regime misto, porquanto o protocolo do Governo português, e por extensão da EPL, não prevê encerramento de escolas à base de ter sido diagnosticado um caso ou dois de covid-19”.

A direção pedagógica da EPL referiu ainda, no documento, que a evolução da situação epidemiológica no país, com um progressivo aumento do número de casos, bem como a debilidade de resposta em termos de assistência médica, foram fatores que pesaram na decisão.

Sobre esta observação, o Ministério da Educação de Angola considerou que, “não cabe à EPL emitir juízos de valor sobre o Sistema Nacional de Saúde”.

“Adicionalmente, em termos comparativos, a nível da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), os dados oficiais indicam que Angola (com 7.622 casos), está em 5.º lugar em número de casos, abaixo do Brasil (5.224.362), Portugal (99.911), Moçambique (10.866) e Cabo Verde (7.752), um número que revela os esforços do executivo em lidar de forma responsável com a pandemia, bem como o controlo que se tem sobre a mesma, especialmente se tivermos em conta o rácio da população vs número de casos nos vários países”, sublinha o documento.

O Ministério da Educação de Angola exorta ainda a EPL a “estabelecer uma relação de confiança com os pais e encarregados de educação, permitindo que sintam mais confortáveis com a ideia de enviarem os seus educandos para as aulas presenciais”.

Angola contabilizou até às últimas 24 horas um total de 7.829 casos do novo coronavírus, dos quais 248 mortes, 3.031 doentes recuperados, estando ativos outros 4.550.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 40 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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