Sátira de Chaplin a Hitler enfrentou resistência e só foi realizada pois cineasta não sabia a real extensão do horror na Alemanha
Há 80 anos, em 15 de outubro de 1940, o filme “O Grande Ditador”, de Charlie Chaplin, estreou em Nova York. Quando foi exibida em Londres, dois meses depois, a sátira sobre Adolf Hitler já vinha precedida pelas reações do outro lado do Atlântico.
“Uma obra verdadeiramente extraordinária de um artista verdadeiramente grande. E, de um certo ponto de vista, talvez o filme mais significativo que já foi produzido”, elogiou na época o jornal The New York Times.
Na Europa, a Segunda Guerra Mundial se propagava, e ninguém sabia ainda como as tropas alemãs seriam detidas. Os espectadores foram confrontados, portanto, com um conteúdo que não poderia ser mais atual e ameaçador.
Em 1940, Charlie Chaplin estava entre os maiores artistas e comediantes do cinema. Muitos se surpreenderam que ele tivesse escolhido um tema tão delicado para seu primeiro filme inteiramente sonorizado.
O próprio cineasta revelaria mais tarde que não teria como encenar sua obra se, na época, toda a extensão do terror nazista já tivesse vindo à tona. “Se soubesse do horror dos campos de concentração alemães, eu não teria podido fazer ‘O Grande Ditador'”, admitiu.
Leia mais em Folha de S.Paulo