Um polícia de Nova Iorque de origem tibetana foi acusado esta segunda-feira (21) de espionagem e responsabilizado pelas autoridades dos EUA por reunir informações sobre a comunidade do Tibete para o governo chinês.
De acordo com a acusação divulgada, o polícia, que trabalhava numa esquadra do Queens, seguia ordens de funcionários do consulado chinês em Nova Iorque.
Por meio de seus contatos com a comunidade tibetana, o homem de 33 anos supostamente recolheu informações, entre 2018 e 2020, sobre as atividades de pessoas do Tibete em Nova Iorque e identificou possíveis fontes de inteligência.
Segundo os autos da promotoria, o réu, que é reserva do Exército dos Estados Unidos, supostamente também permitiu quecolaboradores do consulado fossem convidados para eventos organizados pelo Departamento de Polícia de Nova Iorque. As autoridades chinesas teriam-lhe pagado dezenas de milhares de dólares oelos seus serviços.
Quatro acusações foram feitas contra o polícia, incluindo alistamento no serviço de um país estrangeiro em solo americano, emissão de declarações falsas e obstrução do funcionamento de um serviço público.
Ele foi apresentado a um juiz na segunda-feira e levado sob custódia, disse à AFP um porta-voz do promotor federal do Brooklyn. Atualmente, ele está suspenso sem remuneração, segundo um porta-voz da polícia de Nova Iorque.
Nascido na China, o homem obteve asilo político nos Estados Unidos após alegar que foi torturado pelas autoridades chinesas por causa de sua origem tibetana. No entanto, a investigação mostrou que seus pais eram membros do Partido Comunista Chinês.
“Se confirmado por um tribunal”, o caso “demonstraria que o Partido Comunista Chinês está realizando operações difamatórias para conter divergências, não apenas no Tibete, (…) mas em qualquer lugar do mundo”, disse a Campanha Internacional para o Tibete, uma organização que defende os direitos dos tibetanos.
O Tibete funcionou de forma autónoma entre 1912 e 1950, mas Pequim recuperou o controle do território em 1951 e o Dalai Lama, o líder espiritual dos tibetanos, vive no exílio desde 1959.
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