Realizam-se no próximo dia 25 de outubro as eleições para o Parlamento dos Açores, as quais devem merecer a atenção de todos os Açorianos.
Desde logo, interessa compreender que o PS governa os Açores há 24 anos, 20 dos quais com maiorias absolutas. Após este longo período é mais do que tempo para avaliar o “estado da Região” através de alguns indicadores sociais.
Nos Açores existem mais de 15.000 beneficiários de RSI. Isto é, mais de 6% da população Açoriana recebe RSI e é o valor mais elevado de todas as regiões do país.
Segundo dados de 2019, mais de 70% dos jovens Açorianos tinham empregos precários e mal pagos e quase metade dos jovens Açorianos recebia menos de 500 euros por mês.
A política do PS para a Região tem criado pobres, convidado ao não trabalho e adormece a sociedade para impor a dependência do Governo
Entre 2018 e 2019, a taxa de risco de pobreza nos Açores subiu de 31,5% para 31,8% com a média nacional a baixar de 17,3% para 17,2%. Ou seja, existem mais 77 mil pessoas em risco de pobreza (o que corresponde a um terço da população). Os Açores têm os mais elevados indicadores de pobreza do país.
A taxa de abandono escolar precoce em 2019, nos Açores foi de 27%, enquanto que a média nacional foi de 10,6%. No Continente está mal, muito mal, nos Açores está pior.
E na saúde, um Açoriano pode esperar numa lista de espera cirúrgica uma média de 4 a 5 anos. E são cerca de 12 000 Açorianos os que esperam.
Acresce a tudo isto o dramático despovoamento e envelhecimento da população dos Açores.
Ora, esta estatística social implica afirmar que o Governo não tem sabido combater a pobreza e não tem sabido fixar os jovens.
Convém esclarecer que estes infelizes indicadores nos Açores, são anteriores à pandemia.
Na perspetiva dos Governos do PS, não faltou dinheiro. Sempre se gabaram das verbas que recebiam da União Europeia e dos Orçamentos do Estado, com especial clamor quando os Governos na República são da responsabilidade do PS. Sempre ouvimos “conseguimos” e “aumentam os milhões”.
Mas, também não faltou tempo. Todos concordamos que 24 anos é tempo mais que suficiente para planear e colocar em prática as políticas.
Então, se não faltou ao PS dinheiro nem tempo, o que faltou? Faltou o essencial: Faltaram as estratégias corretas, faltaram as políticas e faltaram as pessoas para a concretização das ações.
A política do PS para a Região tem criado pobres, convidado ao não trabalho e adormece a sociedade para impor a dependência do Governo (um governo cada vez maior) e com isto tentar perpetuar a sua existência no poder.
Nos Açores precisamos de menos omnipresença governativa e mais sociedade. O Governo tenta estar em tudo para controlar tudo e, mais grave, transforma em favor o que é um direito. Vive-se um ambiente de asfixia, relatado “em surdina” por muitos Açorianos.
O Governo semeia o medo para fazer depender as pessoas e tem posturas que coloca ilhas contra ilhas e Açorianos contra Açorianos. A este respeito é bem visível o desenvolvimento desigual das Ilhas e até mesmo dentro de cada Ilha.
Estão a chegar os novos fundos comunitários, porém, este dinheiro nas mãos dos mesmos protagonistas, que nos trouxeram até estes lamentáveis resultados, se continuarem a governar, vão ser certamente, mais quatro anos perdidos.
São necessárias políticas públicas que valorizam o trabalho, criam emprego, fixam os jovens, combatem o facilitismo e, como fim promovem a realização pessoal de cada Açoriano. Por tudo isto torna-se urgente nos Açores uma mudança política.
*Deputado do Partido Social Democrata (PSD) – Portugal