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Vários desaparecidos após emboscada contra transportes em Moçambique

Várias pessoas estão desaparecidas depois de dois veículos de transporte coletivo terem sido emboscados por grupos armados no sábado, no norte de Moçambique, disseram à Lusa familiares que viajavam nas mesmas viaturas.

Os veículos transportavam pessoas e bens de Palma para Mueda através de uma via em terra batida quando foram atacadas perto de Pundanhar, cerca de 40 quilómetros depois da vila de onde partiram.

Um passageiro que viajava com duas crianças rumo a Montepuez não sabe do paradeiro dos menores depois de ter irrompido um tiroteio e de ele ter fugido do local para a povoação de Pundanhar, segundo um relato ouvido pela Lusa.

Um outro homem que seguia na caixa de carga de um dos veículos viajava com a mulher e dois filhos, que estavam na cabina do condutor, mas também não sabe onde estão, depois do ataque.

Segundo contam, o grupo armado que os atacou vestia uniformes semelhantes aos de militares moçambicanos e mandou parar as viaturas.

A primeira não parou, mas as duas que seguiam logo atrás foram alvo das armas de fogo e uma foi incendiada.

Em Palma, familiares dos viajantes pediram às autoridades que as auxiliassem a ir até ao local, mas não o puderam fazer por questões de segurança, disseram à Lusa fontes na vila.

Fontes militares contactadas pela Lusa remeteram eventuais informações sobre o incidente para segunda-feira.

Palma é a sede de distrito que está lado a lado com o maior investimento privado em África: o megaprojeto de extração de gás natural liderado pela Total, em construção e com início de produção previsto para 2024.

A via onde aconteceu o ataque, que segue junto à fronteira com a Tanzânia, tem sido a única ligação por terra ainda usada com relativa segurança para servir Palma, dado que grupos insurgentes tornaram arriscado transitar para sul, em direção a Mocímboa da Praia, através da única via asfaltada de Cabo Delgado.

Cabo Delgado está desde há três anos sob uma insurgência armada cuja origem permanece em debate e que cresceu este ano, provocando uma crise humanitária com mais de 1.000 mortos e 300.000 deslocados internos.

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